quinta-feira, março 28, 2013




 

Curiosidades sobre o navio-escola SAGRES

 



«SAGRES»



Num dos últimos números da «Chasse Marèe»,que assino(e que aconselho a todos os amigos que privilegiem o contacto com o historial náutico),vinha inserido um interessante artigo sobre alguns pontos da  história do navio-escola Sagres, que desconhecia.
Toda a gente «náutica» conhece esta «barca de três mastros», um dos últimos dinossauros  do tempos áureos das grandes navegações à vela. Emblema nacional, este navio-escola insere no seu velame a  cruz da Ordem de Cristo, insígnia que já as caravelas dos Descobrimentos levavam mar adentro.E com ela fomos por «mares nunca dantes navegados…nem sequer pensados».
Ora como curiosidade (para mim foi-o ) fiquei a saber que este navio ,lançado à água em 30 Outubro de 1934,fazia parte da encomenda de quatro  veleiros-escola  feita pela Kriegsmarine,depois da perda do Niobe.Navio–escola que se voltou no Mar Báltico em 1932(causando a morte de 68 instruendos). Os veleiros encomendados foram :o Gorch Fock(lançado em 1933), o segundo o Horst Wessel (lançado em 1936),o terceiro o Albert Leo Schlageter  (que é o actual Sagres) e o quarto, o Herbert Norkus,lançado em 1939.

                                              1º Gorch Forck 2-Horst Wessel  3-Albert Leo Schlageter
 A sua construção,levada a cabo debaixo dos requisitos mais severos, levou  a que as chapas (rivetadas e soldadas ) do seu casco atingissem o 10mm; o navio possuía  seis compartimentos estanques e a sua quilha  foi fortemente lestada.

                                                       
                                                                            Construção                                         

O Albert Leo Schlageter  terá sido construído em apenas três meses e meio. Fez a sua primeira viagem de instrução em 20 de Março de 1938. Não foi muito feliz nesta viagem. Ao fim de poucos dias abalroou  o paquete Trojan Star, tendo  de regressar ao estaleiro. O navio realizou, depois de reparado, várias viagens,  em 1944.Cinco meses depois ,navegando no Baltico, com 200 tripulantes,colide com uma mina  russa. Dezoito dos cadetes que estavam a amainar as velas (o tempo era mau) caíram.Uns sobre o tombadilho e outros água do mar gelado.Rebocado ,vai para Kiel. E  será depois transferido para Flensburg ,devido aos bombardeamentos ingleses.

 
                                                                
                                                                       Bota-abaixo
E como veio para a Portugal ?
Depois da perda da guerra as grandes embarcações  da Alemanha  foram entregues a diversos Países do lado vencedor. O GranFock  atribuído a URSS(rebatizado Tovarisch ); o Horst Wessel foi entregue aos americanos ; e o «nosso» Albert  Leo  Schlageter foi vendido por 5.000 Dollars  ao Brasil.Que o rebatizará  com o nome de Guanabara. O Guanabara ficará em mãos brasileiras durante treze anos, percorrendo 64.000 milhas em viagens de instrução, participando em várias regastas de grandes veleiros.
O embaixador de Salazar, António Teotónio Pereira foi quem conduziu  as negociações para que o Guanabara viesse substituir o velho Sagres. Salazar terá pago 150.000 dollars pelo navio- escola.

 SF  (Abril 2013)
Fotos: «Chasse Marèe» nº 248 ; aguarela do pintor de Marinha,Roger Chapelet.

                                                               

 

 

  

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