Nova
Mensagem
Hoje, amigo, deixa-me falar de um País
Que foi soldado pelo braço forte de AfonsoCurto da perna mas longo na bravura
Correu com o
moiro iroso que só da vida já cura,
E olhando para a praia ocidental
Afirmou: aqui vai nascer Portugal !
Hoje amigo deixa-me falar de uma pátria
Que teve um rei trovador
Que trovou cantigas de amigo
Por Isabel
perdido de amor;
Que as rosas não eram o bastante de lhe bastar
Mas urgente
fazer uma Pátria para ao mundo a dar.
Hoje amigo, deixa-me falar de uma pátria
Feita de um punhado de arraia- miúda
A erguer-se para dizer ao mundo inteiro
Que aqui não há lugar para nefandos andeiros
Portugal não
foi feito para vender
Portugal foi feito para ser; e a vida para o
defender.
Hoje amigo, deixa-me falar de um império
Filho de uma pátria que queria ser maior que o mundo
Que teve um rei, pai de longínquos mares
Maiores de todo o olhar que fosse bem lá até ao
fundo;
Neles rei algum mandava. Viu-se terra nunca sonhada
Que tanto a queria, o nosso El rei D. João Segundo.
À procura dos berços onde o sol nasce
Seus feitos espalhados em canto imortal
Camões a mostrar ao mundo que o globo era Portugal;
E Pessoa a dizer que a fé foi instinto da acção
De serem possíveis todos os caminhos
impossíveis
Onde intrusos
mostrengos ousaram entrar e porfiar.
Três vezes o francês entrou
Muitas mais o espanhol veio na noite de breu
Sonhando um povo conquistar
De um país
que não era o seu.
Hoje amigo deixa-me falar de uma pátria
Que deuses malévolos um dia castigaram:
Que desgraça que vileza fazer gládio da natureza.
Para baixo a morte; para cima a vida, ordenou Pombal
E de novo se fez, fazendo –se, Portugal.
Renascia o sonho de revelar o Santo Graal.
Que desde enão caminhou pela bruma
No sonhos de um quinto império acreditado,
Desfeito no farfalho da maré, à praia atirado
Tempo foi.
Séculos correram
Nem primeiro nem segundo, tudo se foi à uma.
Onde entraram robots sem rosto, homens sem alma
A espezinhar o seu povo, a calcar as suas gentes
Uma troyka
de mostrengos vinda lá dos confins do mundo
Para nos dizer que já nada é certo, senão saber o
que se não quer:
Que tais mostrengos deitem a nau ao fundo.
Amedrontada à beira mar posta a entristecer
Sem trabalho e sem pão. É tempo de dizer basta
É tempo de
dizer não. Fazer da voz uma canção
E da canção uma arma, Não para ser império de novo então.
Mas para se ser livre e dono da sua pátria.
[ Escravo, isso(!) não!
SF
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