terça-feira, maio 28, 2013


 

O meu tamanho visto ao espelho, de facto, engana-me.

Cada vez que tudo «isto» avança -e ai, avança…avança….- vem–me à ideia uma frase que,ou li em qualquer parte ,ou a criei no meu espírito. Vá lá saber-se tanta coisa que já li…
Ora é verdade: a vida é coisa séria demais para ser vivida sem intensidade. E sem honestidade ética. Só  vivendo-a nesses estados de graça permanente, vale a pena o sacrifício de «aqui» aportar por uns tempos.

E ter por isso direito a belos momentos. Como este em que martelo a máquina infernal, á janela, em silêncio a percorrer o ondulado da ria. Silêncio livre que olha os vales e os ecos da montanha lá ao longe,sem medo de ser perturbado.

Sempre á espera de cantares novos. Venham eles… ou não …

Percebo pois, cada vez menos, que haja pessoas (como muitas que conheço), que passaram uma vida a olhar, única e exclusivamente, para o seu umbigo. Não digo até que não tenham sido bons(excelentes desempenhadores de oficio).Mas só isso…e mais nada.
Sentido ? Nenhum….Viver servo  de uma contemplação do seu redor.«Isso» chega?

Não  viver (?) mais do que a simples vulgaridade :– «levar a vida».
Levar para onde e para quê?

Ora gaita! Se falassem, os cães também diriam o mesmo .E até as flores.
Esta inconsciência absoluta, materialista, de alguns, choca-me.

E falo com eles circunstancialmente, porque para despertá-los …já é tarde.

E lá vou para outra palestra. Faço já isto,como quem bebe um fino….e no fim: arrota (com licença!).
Que raio: se ao menos as ditas fossem  pagas ,como as  do Mário Soares….
Ele a vender a «banha de cobra» com aplauso e com umas coroas para a Fundação.Eu sem aplauso (que se veja) e afundando-me…Pois nem sonhando com outra vida, mesmo assim ela me parece merecedora de deleite.

O meu tamanho visto ao espelho, de facto, engana-me.   

SF (Maio 2013)

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