O meu tamanho visto ao espelho, de facto, engana-me.
Cada vez que tudo «isto» avança -e ai, avança…avança….- vem–me à ideia uma
frase que,ou li em qualquer parte ,ou a criei no meu espírito. Vá lá saber-se
tanta coisa que já li…
Ora é verdade: a vida é coisa séria demais
para ser vivida sem intensidade. E sem honestidade ética. Só vivendo-a nesses estados de graça permanente,
vale a pena o sacrifício de «aqui» aportar por uns tempos.
E ter por isso direito a belos momentos. Como
este em que martelo a máquina infernal, á janela, em silêncio a percorrer o
ondulado da ria. Silêncio livre que olha os vales e os ecos da montanha lá ao
longe,sem medo de ser perturbado.
Sempre á
espera de cantares novos. Venham eles… ou não …
Percebo pois, cada vez menos, que haja
pessoas (como muitas que conheço), que passaram uma vida a olhar, única e
exclusivamente, para o seu umbigo. Não digo até que não tenham sido
bons(excelentes desempenhadores de
oficio).Mas só isso…e mais nada.
Sentido ? Nenhum….Viver servo de uma contemplação do seu redor.«Isso» chega?
Não viver (?) mais do que a simples
vulgaridade :– «levar a vida».
Levar para onde e para quê?
Ora gaita! Se falassem, os cães também diriam
o mesmo .E até as flores.
Esta inconsciência absoluta, materialista, de
alguns, choca-me.
E falo com
eles circunstancialmente, porque para despertá-los …já é tarde.
E lá vou para outra palestra. Faço já isto,como
quem bebe um fino….e no fim: arrota (com
licença!).
Que raio: se ao menos as ditas fossem pagas ,como as do Mário Soares….Ele a vender a «banha de cobra» com aplauso e com umas coroas para a Fundação.Eu sem aplauso (que se veja) e afundando-me…Pois nem sonhando com outra vida, mesmo assim ela me parece merecedora de deleite.
O meu tamanho visto ao espelho, de facto, engana-me.
SF (Maio 2013)
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