Fim de
tarde…
leve, ameno, suave e até aqui
radioso, ao inicio do lusco fusco.
Os que não creem e erram –tal e qual como eu –, reconhecendo que erram,
porque errar é humano, continuam a
ganhar forças neste fim de dia, para amanhã ,humanos, recomeçarem a carregar, de
novo, a sua cruz. Não creem nesta ordem natural de sobreposições de dia e
noite, obedecendo a desígnios Divinos. Mas como eu, não deixarão de, espantados,
reconhecer que por detrás da natureza visível, existe uma ordem ( um programa a correr…),num servidor imenso ( impensável de
dimensionar ou definir em mega-giga-bites). E a partir daí todas as lucubrações
são possíveis. Cada um sirva-se da explicação, mais próxima, mais á mão.
O sol vai caindo ali para as
bandas do mar. Começa um cinza claro a inundar o horizonte. Traz a melancolia
de fim da tarde.
O remanso das águas, soprado por
ligeira brisa, encrespa-se de pequenas marolas cintilantes, que contrastam com
a pureza virgem das margens deixadas pela maré. O azul –ou melhor – todos os
azuis, desmaiam. Sinal para paragem das actividades humanas sobre as águas. Os peixes têm direito
a um pouco de sossego.
Há ainda um silêncio, em que o
sol, morno, parece trazer lucidez às coisas em que pensamos.
Tudo em volta tende a perder a
exactidão dos seus contornos: barcos, malhadais, casas da outra banda, pinhais,
serranias.
Em outros tempos eram horas dos «malhadinhas» partirem
com os seus burricos pelas veredas serranas ,a levar a fresca sardinha,
ajoujada nos costados dos rocinantes jericos, para que chegasse, ainda de sangue na
guelra, ao outro dia, lá para o interior das beiras.
Começam a surgir umas nuances
sanguíneas. É o sol que ao chegar ao fim da caminhada se incendeia de um fogo
vermelhão, que tinge tudo quanto está à sua volta.
As pálpebras parecem aceitar, e
acomodarem-se ao tom morno do fim da tarde. A pedir repouso, no lusco-fusco do
entardecer.
Hora dos crentes dedilharem umas Avé- Marias, agradecidas.
Hora de outros, que não foram
bafejados pela peleja divina, agradecerem a si mesmo, o ainda estarem «vivos». Não
no sentido de ainda respirarem, mas sim no sentido de ganharem forças para
juntar mais carga emotiva à vida.Para que amanhã o dia seja diferente (melhor?)
do que hoje.
Com a Troika e Cª cá, isso não
será possível. Estes tipos vieram depenar frangos. E depois de nos depenar, põem-nos,
na grelha, a tostar.
É bem certo: não se pode comer um bolo sem o perder....não se podem depenar os frangos sem lhes acabar com a raça...Choca-me ao ver este Povo sem irritação. Ver um Povo infeliz, parecer ser feliz, é terrifico e desolador. Roubar um pão por ter fome, é mais do que moral, é legitimo.
SF-SET 2013
SF - SET 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário