Costa Nova
Uma praia
injustiçada
Há praias em
Portugal
O que é muito natural
Fazem parte da História
Ó Costa Nova do prado
Minha praia injustiçada
Tua estória é um tratado
Para narrar estes feitos
E sentir inspiração
Invoquei os meus eleitos
St. António, S. Pedro e S. João
Deu ordens o nosso Infante
P’ra navegar
nos canais
Do ocidente
ao levante
Sobre moliço
e juncais
Conquistai a
terra ímpia
Se cheirar a
pó de enguias
Já
descobristes a Índia
Até El Rei D.João II
Quis sair do
galeão
P’ra pisar os
areais
Mas caiu uma
borrasca
Que arrancou
o traquete
E El-rei
ficando à rasca
Sentou-se no
cagarete
Vasco da Gama também
Aqui veio navegar
Pouco experiente, porém,
Na coroa foi encalhar
P’ró astrolábio olhou
Esta merda avariou
Mas foi a primeira vez
P’ra que são as malaguetas?
Estamos num atoleiro
Vais levar duas galhetas
Quando Albuquerque chegou
Tão cheio de
munições
Nem a salva
disparou
Com medo dos
gafanhões
Viu a bica
dum moliceiro
Que estava em
amanhação
Julgou que
era um morteiro
E escondeu-se
no porão
físico Frei-Vieira
Com perícia e
muita calma
À tripulação
inteira
Tratou do
corpo e da alma
Animou os
encalhados
Medicou os
cagarolas
E vestiu os
descarados
Dos indígenas
matolas
O grande Camões um dia,
Sentiu-se
logo inspirado
P’las ninfas
da nossa ria
E todos dentro de um barco
Alcina C. Parracho
2012
Dos Deuses familiar
A Júpiter fez o pedido
Para vir recompensar
Este esforço desmedido
Do Olimpo veio Baco
Com os vinhos e leitão
E todos dentro de um barco
Festejaram a expedição
Assim se faz justiça
Às enormes proezas
Da que é a mais castiça
Das praias portuguesas
2012
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