Oh! dor….
De ter ainda paixão
E não ter versos para
A descrever como outrora
De não ter já a dor
de sonhar
E passar a vida a olhar, a Ria,
Correr célere,
direita ao mar.
Oh que dor, hoje
De tudo me bastar
Sem nada que me
baste…
Dizer que ainda estou vivo
Como, ausente de mim, o posso negar?
Sentir nas tuas« mortes»
Que nenhuma morte apagará
Os beijos trocados entre casas, dunas e camas
Onde nos amámos.
Nenhuma dor será possível
Vinda desse tempo em
que colhíamos o vento
E nos beijávamos
Eternamente apaixonados.
De sonhos onde guardo o teu nome,
Para te sentir, ausente de mim,Presente em mim.
Oh meu amor!
Eu poderia dizer aqui tudo…
Inventar tudo o que os poetas inventam
Postos doridos a
negar a dor,
Mas de ti,não invento nada
Sei que não voltas…Sobre os meus pensamentos
Cai uma pedra a dizer-me
Quanto estás longe, aqui
tão perto.…
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