Fui para aprender… e vim inquieto….
Levantei-me madrugada para
embarcar para Lisboa, rumo à Sociedade de Geografia onde contava ir aprender mais uma coisas
sobre «Embarcações Tradicionais do Tejo».Matéria
onde ,nos últimos tempos ,me tenho vindo a embrenhar.
Grande desilusão minha.
Sim, eu começo a estar habituado a este «saber»
fotográfico, das redes sociais. Publicam-se umas fotos ,põe-se tudo direitinho ,dizem-se umas coisas, umas labercadas
caçadas aqui e acolá, e um dia, vem alguém e diz : ai aquele sabe muito de água fervida .Tem muitas fotos - um acerbo –diz-se . O pior é que isto
está a passar para os salões vestutos .
Claro que a ideia é apreciável: trazer os actores ao palco …e deixá-los discorrer ….Mas
,nesta ideia ficamos por «ontem »..
Outras vezes vertem –se os
PowerPoint’s , mas não se aprofunda o conteúdo. Aquilo é tudo saber da máquina
fotográfica. Ora esta não vê. Capta. Ajuda a ilustrar. Mas tem de haver uma
cabeça que a leia interprete, e a integre num contexto determinado.
Venho sempre descorçoado, amargurado.
Há anos numa destas jornadas, tive
a oportunidade de mostrar que ao contrário do que durante séculos se pensou, o
«Varino»-o célebre Varino ,embarcação emblemática do Rip Tejo dos fins do Séc XVIII /Séc XIX, teve, a sua génese
e concepção, no saber dos carpinteiros Lagunares. Publiquei as minhas
averiguações, no 1º Volume das «Embarcações
Lagunares»,hoje completamente esgotado, mas, constatei conhecido por vário
presentes. Houve um nicho de mercado onde havia seis e foi uma corrida a acabar
como stock.
Ora ontem assisti, caladinho, a duas horas de explanação.
Mas reagi-tive de o fazer- ,quando se afirmou categoricamente que a «Fragata»
do Tejo ,nele nascera e só nele fora construída.
E como por acaso ia munido de
fotos de Várias Fragatas a serem construídas –até!- no Canal das pirâmides, em
Aveiro, mostrei-as para espanto daqueles Senhores, que só sabem evocar Lixas
Filgueiras.
(embora o posta diga Canal da Ribeira ,eu admito que é lapso)
E ao evocá-lo parecem respirar e dizer :já sei tudo. Por cá há
muitos seguidores ….Ora Lixas
Filgueiras, foi bom até certo limite, e apenas nos pontos que estudou. Não
naqueles em que fez tiro ao alvo, certamente,concedo, por falta de tempo.
Há laços fortíssimos de ligação
da Laguna ao Tejo. Não apenas nas nossas gentes, que desde o principio de setecentos já por lá fainaram , mas nas embarcações
aqui construídas e levadas para o Tejo : a
«ílhava» (que deu o «barco de água acima», o «Varino» do rio acima) ,depois
Varino de carga, Canoas (enviadas) ,«Hiates» ,e claro ,as tais Fragatas,
Curiosa a pergunta que um assistente me veio fazer no final:
-e sempre era verdade que vinham de lá apenas conduzidas por dois
tripulantes?
-verdade meu caro.E olhe :não foi só uma vez, que veio só um!!!!
SF
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