RUMOS POR "quartas"
Na pesca à linha, os pescadores, abandonado o barco-mãe, faziam emposta nos seus dóris, em rumos variados referenciados no agulhão, agulha levada no dóri, em procura do pesqueiro que julgavam, o melhor.
De um modo geral os pescadores do final século XIX e princípio do século XX, não tinham ainda instrução capaz de os levarem a orientarem-se pela leitura da agulha magnética, em graus. Para isso, quer os mesmos, quer também os oficiais, faziam, e davam a leitura da agulha por quartas, na tradição vinda dos tempos das grandes navegações.
As divisões Norte, Sul, Este e Oeste são os pontos cardeais. Entre cada dois cardeais consecutivos, existem os pontos quadrantais ou colaterais, dividindo ao meio (45°) os quadrantes: NW (Noroeste) NE (Nordeste), SW (Sudoeste) e SE (Sudeste). Dividindo agora cada um destes oito quadrantes, teremos o NNE (nor-Nordeste), NNW (nor-Noroeste), ENE (lés-Nordeste), ESE (lés-Sueste), SSW (sul-Sudoeste), WSW (oés-Sudoeste), WNW (oés-Noroeste), divisões que se chamam de meios quadrantes (meios rumos ou meios ventos). Dividindo agora estes dezasseis a meio, obtêm-se as quartas. Um quadrante (90°) tem pois oito quartas. A rosa dos ventos compreende, assim, 32 quartas, sendo que uma quarta representa 11°25; e um quarto (quarta parte de uma quarta) 2,5°.
As quartas designam-se do seguinte modo: primeiro pelo ponto cardeal (ou o quadrantal) mais próximo da divisão que se quer ler. Lê-se em seguida essa divisão e, no fim, o quadrantal ou o cardeal que se segue.
Assim (exemplificando):
Norte N
Norte um quarto a Nordeste N 1/4 NE
Norte meio a Nordeste N 1/2 NE
Norte três quartos a Nordeste N 3/4 a NE
Norte quarta e três quartos a Nordeste N4 3/4 NE
Nor-Nordeste NNE
Senos Fonseca in Os Últimos Terranovas Portugueses
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