AML homenageada pelo
CHIO.PÓ.PÓ
O Chio-Pó-Pó ,vestuta e original comandita, sarcástico
-politiqueira, ficou nos anais do historial de Ílhavo .E nele perdurou como
referência carnavalesca para mascarar de ridículo, o sério, por vezes mézinha irónica, purga de grande efeito.
Nascido num tempo de agonia monárquica, o CHIO-PÓ-PÓ é hoje,
depois de outros caminhos ensaiados(mas e também louváveis) uma Associação com
um programa diversificado, sempre preocupada com uma intervenção de cariz
marcada, e preocupadamente, interventora- cultural .
Na sua ultima
iniciativa(ontem ) trouxe ao palco para render justo destaque , a ilhavense Ana Maria Lopes.E louvar com os seus
amigos e admiradores ,o que aquela tem feito pela cultura ilhavense..
Antes de opinarmos sobre a homenageada, permitam-me que
saliente como, muito salutar e original,que o CHIO-PÓ-PÓ ,nestas suas
iniciativas ,junte aos «velhos da praia» -que
já não trazem surpresas nos gestos, nem
nos feitos! -novas promessas..Gostei desta nova gente que envereda por uma nova musicalidade, longe do facilitismo
serôdio,desbravando novas experiências onde o erudito
se mistura com o novo ( bach com variações).E até com o «novo» de criação própria, destes
ambiciosos jovens.
Sempre acreditei que Ílhavo tinha(tem...) novos jovens capazes
de ombrear com os «velhos.Não do restelo ....mas da cidade da nocha»».
Mais do que fazer o caixote do CCI, Ílhavo deveria ter-se
preocupado em criar bases de apoio para
esta geração. Apoiando merecidos
autores, fosse no campo da escrita, musica ,teatro, cinema etc.. etc. Mas isso
era uma nova visão politica. E de politicos, estamos conversados.....
Parabéns CHIO-Pó-Pó...e
continuem....
Ah!...sim...voltemos à homenageada..
É sem duvida um case
study esta AML. Numa terra em que a mulher não costumava assumir relevo fora
de casa -assim mandava o cardápio da terrinha-
a AML projectou-se com um natural (congénito..) interesse pelas «Marintimidades».
Não sendo uma criativa, é uma excepcional e metódica «reparadora de... ». Coleccionadora de «imagens»,
muitas vezes só registadas no sensório. É uma etnóloga com clara vocação linguistica .
Gosta de colaborar...em certas condições, claro.
Foi até hoje a única mulher Directora do Museu. E durante a sua vigência,
fez esforços e conseguiu, que o Museu assumisse cada vez mais, o seu pendor marítimo.
Esforçou-se por privilegiar na sua mostra uma certa componente do historial
lagunar(nem sempre com rumo correcto, em nossa opinião). E mostrou às
escancaras a sua predilecção pelo «Moliceiro», de que viria a editar um
interessante livro, rara colecção de painéis que sempre lhe despertaram,
curiosa e apaixonada atenção.
Conheço-a particularmente bem. Para lhe enaltecer as
virtudes e criticar os defeitos.
Aqui há oito anos apontei-lhe um :
- Gostava que escrevesses com mais paixão,
menos sujeita ao descritivo da imagem...
Não sei se ligou a tal...mas que ela sabe que hoje escreve
muito mais apaixonadamente as suas «marintimidades» não tenho-não tenho eu ,e ouvi-o de várias bocas- a
menor duvida.
SF
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