FREDERICO DE
CERVEIRA
Dr Frederico de Cerveira
Formado em Direito pela
Universidade de Coimbra, Frederico de Cerveira casou com a sua prima, D.
Henriqueta Maia(filha do ilustre Maia
Alcoforado, dono do Palacete dos «Maias Alcoforados»).
Brasão Dos Maias Alcoforados
Distinguia a D Henriqueta ,o ser uma piedosa Senhora ,pródiga em ajuda aos pobres, deslocando-se semanalmente ao terreiro onde mais tarde se ergueu o Mercado Municipal, por Diniz Gomes.E nesse local distribuir esmolas aos necessitados que ali vinham esmoçar. E quando dava por falta de algum, a D.Henriqueta mandava a esmola a sua casa .Por isso, no historial de Ílhavo ,esse terreiro foi por vezes conhecido, por «Chão dos Pobres», confundindo-o com a verdadeira história da Viscondessa de Almeidinha(outra prodigiosa benfeitora).
Distinguia a D Henriqueta ,o ser uma piedosa Senhora ,pródiga em ajuda aos pobres, deslocando-se semanalmente ao terreiro onde mais tarde se ergueu o Mercado Municipal, por Diniz Gomes.E nesse local distribuir esmolas aos necessitados que ali vinham esmoçar. E quando dava por falta de algum, a D.Henriqueta mandava a esmola a sua casa .Por isso, no historial de Ílhavo ,esse terreiro foi por vezes conhecido, por «Chão dos Pobres», confundindo-o com a verdadeira história da Viscondessa de Almeidinha(outra prodigiosa benfeitora).
Ora como referimos ,Henriqueta
Maia casaria com Frederico de Cerveira. Este apoiava e incitava a sua Esposa
para tão virtuosa acção. Refere «Os Sucessos`», que Cerveira
era um desvelado protector da pobreza, que exercia às ocultas aquela
sublime virtude, enxugando muitas lágrimas ,mitigando muitas dores ,levando o
conforto a muitos lares sem pão. Era um bom e um justo!
Anualmente, em dia certo ,franqueava
os portões de sua casa, para aí oferecer
um lauto bodo aos pobres da Vila.
Frederico de Cerveira conseguiria
o que o seu sogro nunca conseguiu: ser Presidente da Câmara Municipal deÍlhavo.
Nas obras que à frente da
Edilidade lhe são atribuídas, conta-se a estrada da ligação de Ílhavo à
Costa-Nova.Importante via de ligação que muitos benefícios trouxe às Gafanhas,
mas e também, a toda a gente que
diariamente se deslocava àquela praia,
para aceder á labuta das companhas-E para os muitos almocreves, que percorriam
a mesma ao amanhecer, a reservar boa compra. E ao entardecer, por ela partirem com
os seus burricos carregados da bela sardinha, depois de afagado o estomago com
uma bucha , recobrado o ânimo de caminheiro das tortuosas e escuras veredas serranas, com um bom copo de tinto
bairradino ,cobrado no altar da loja
de fim de linha da velha Ti Norta.
Que os jericos ,esses !,tinham estagiado o dia no alpendre da boa velhota que
lhes distribuíra fresca ração, retemperadora das andanças das idas e vindas ,sempre em
correria desbragada.
Ainda o céu não garimpara lá no
serradio do Caramulo a iluminar o cuidador das almas, o S. Giraldo,
e passada a nova ponte do Juncal Ancho, era
já um corrupio de gentiaga, que a pé, em conversa animada ,passo miúdo muito
lesto, em grupo de conversados, procurava apanhar a primeira barca da alva, do
Ti Labareda.
Foi ainda a Câmara de Frederico
de Cerveira que adquiriu o terreno
contiguo ao «Casarão dos Pinto
Basto», onde mais tarde se instalou o Mercado Municipal.
Frederico de Cerveira foi, depois
do cargo exercido, convidado para Governador Civil. E ainda para Deputado da Nação, tendo recusado um e
outro, pois não se sentia bem afastado da Família e das suas gentes.
O casal Henriqueta Maia e
Frederico da Cerveira não teria filhos e o seu Palacete foi parar às mãos do seu médico familiar Dr Ritto.
Ílhavo atribuiu, à rua que vai da
Igreja Matriz (antigo Passal), a Alqueidão (desembocando no Palacete ), o
nome de Frederico de Cerveira, assim o homenageando .Talvez muitos não saibam, contudo,
é que nessa rua existiam dois pontões de pedra, em tudo idênticos á chamada «ponte romana da Malhada»,
servindo para passar por cima do Rio da Vila.
David Rocha (excelente poeta
ilhavense) dedicou-lhe poema enaltecedor
(....)
Ai quantos infelizes
tornarão
A ir bater
à porta do Solar
Na ilusão que há-de vir
ainda
Alguém na sua miséria
atentar
Mas não encontram já seu
Benfeitor!
E ali só vem a voz da
eternidade
Dizer que aquela casa triste e só,
É um passado morto e uma
saudade!....
SF
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