Ciúmes da Ria
Surpreendes-me sempre que te visito...Nunca pareces cansada de andar de um lado para o outro.Serena,Calma na tua frieza de hojeEras a mais bonita neste entardecerOnde só a ausência do sol dava pena.E eu paradoCansado de tanto correrEm mim ausente o prazer de viverOlho para ti extasiado.Que pena!..Não encontrando semente para semear,D.Quixote, atiro-me aos moinhosErgo o braço e ferro o punho,Num desbaratar,até, de ilusões.Apenas e só a desbaratarPois já nada, nem eu me ergo do chão.Quem me quer nesta idade sonolenta?Quem me leva a recriar desejos despidos(?)A fazer-me lembrar pecados já esquecidos.Parado enciúmo-me de tiDesse amor que vens fazer à praiaA horas repetidas, não te cansando de amar,Envolvida com o areal ainda estremunhadoA deixá-lo beber do teu ventre salgado.Senos da Fonseca
(foto M.Bernardo Balseiro)
1 comentário:
Belo poema para uma bela fotografia. Abraço. Fernando Martins
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