- E porque amanhã fazias anos…lembro-Te
- Olha amor!
- Anda! … junta as tuas mãos
- Mete-as aqui aconchegadas nas minhas
- E vem fazer o que tantas vezes fizemos, sós:
- Vamos falar aqui baixinho
- Como que a rezar (o que eu nunca soube fazer)
- Mas baixinho ouves melhor a minha voz.
- Partiste há uma imensidão de tempo.
- E nesse tempo turbulento e desesperante
- Nunca soube ao certo de onde soprava o vento.
- No recanto dos teus encantos, procuro-te a cada momento.
- Olho para a ria, onde vejo cintilar os teus olhos verdes
- E neles o reflexo das estrelas, estilhaços do coração
- Então o nada será tudo…serão farrapos da emoção(?)
- Tenho trabalhado, mas sem ter a tua crítica
- Não consigo distinguir o bom do mau.
- Ai daqueles que como eu perdem o ajuste!
- Nunca mais o seu trabalho será alegria.
- Nem o sono, acredita, disfarce de doçura
- Não há mais noites de ternura,
- Exprimir-me mesmo, para quê?
- O muito que tinha ainda para te dizer
- Melhor será nunca ficar dito.
- Olha amor:
- A renúncia por vezes é bela!
- Mesmo que por vezes seja dolorosamente fria
- Porque aqueles que me ouvirão
- Não amarão o que eu digo
- Com os ouvidos com que tu me ouvias.
- Se era erro: – lixo!
- Se era fantasia, amor, loucura paixão
- Iam para o álbum.
- Tu foste sempre a decisora das minhas grandes decisões
- Tu foste a doçura de um longo passado
- E se o recordo é porque Tu estás sempre presente.
J 2022
1 comentário:
Lindo, meu caro. Um abraço.
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