Tão longe...e tão perto....
Olho fixamente
Aquela luzinha, parada
Num céu tão límpido, azul
Imenso!
Mais parece donzela
Em sono aguardando a luz do dia,
Indiferente à angústia
Chorada no convés da minha barca
Neste mar da saudade naufragada.
Não levo bussola,
Nem carta de marear;
O brilho dos teus olhos,
Sinais que nunca esqueci,
Serão os faróis por onde me vou guiar
Nesse mar sideral sem fim.
Em cada galáxia onde não te encontrar
Deixarei pedaços, avisos de mim,
Sem ti, minha barca não voltará ao porto,
Sem ti, nenhuma ave encontrará em mim, o ninho.
Irei à tua procura, nem eu sei por onde.
Em todos os jardins do paraíso
Para te trazer de novo .
E contigo a paixão com que te amei
Agora prometo, te dar o tempo...
Todo o tempo! ,que outrora te neguei
Tempo de amor, tempo esquecido
De todas as encruzilhadas
Em que antes me demorei.
Seremos aves libertas enlouquecidas.
Quero me perder nos teus beijos
Fazer deles novas estrelas
Para iluminar esta sombra que me rodeia;
Com elas fazer um leito de rosas
Para aí sorver a maresia do teu corpo
Ao meu aconchegado, sem horas, em silêncio.
Amaciar de novo com as minha mãos
A pele afogueada das tuas nádegas
Prólogo de um caminho num campo perfumado
A dar a ilusão de que a primavera vai continuar.
SF (s/tempo)
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