terça-feira, fevereiro 28, 2023



Tão longe...e tão perto....


 Olho fixamente

Aquela luzinha, parada

Num céu tão límpido, azul

Imenso!

Mais parece donzela

Em sono  aguardando a luz do dia,

Indiferente  à  angústia

Chorada no convés  da minha barca

Neste mar da saudade  naufragada.


 


Não levo bussola,

Nem carta de marear;

O brilho dos teus olhos,

Sinais que  nunca esqueci,

Serão os  faróis por onde me vou  guiar

Nesse  mar sideral sem fim.

Em cada galáxia onde não te encontrar

Deixarei  pedaços,  avisos de mim,

Sem ti, minha barca não voltará ao porto,

Sem ti, nenhuma ave encontrará em mim, o ninho.



 Irei à tua  procura, nem  eu sei  por onde.

Em todos os jardins do paraíso

Para te trazer  de novo .

E contigo a paixão com que te amei

Agora prometo,   te dar  o tempo...

Todo o tempo! ,que outrora te neguei

Tempo de amor, tempo esquecido

De  todas as encruzilhadas

Em que  antes me demorei.

Seremos aves  libertas  enlouquecidas.


 

Quero   me perder  nos teus beijos

Fazer deles novas estrelas

Para iluminar esta  sombra que me rodeia;

Com elas fazer um leito de rosas

Para  aí sorver  a maresia do teu corpo

 Ao meu aconchegado, sem horas, em silêncio.

Amaciar  de novo  com  as minha mãos 

A pele afogueada das tuas nádegas

Prólogo de um caminho num campo perfumado

A dar  a ilusão de que a primavera  vai continuar.


 

SF   (s/tempo)

 


 

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