sábado, março 25, 2023

 




                                  

                        


                                      Ao fundo á esquerda  pode ver-se o mirante do Prédio


Quando o Palácio das «CARTAXAS» ardeu. 


 Notícia chegada de Ílhavo, dava-me conta  que,  pela madrugada, a Rua Arcebispo Bilhano(Rua Direita) terá vivido em  sobressalto, causado pelas labaredas que deflagraram do prédio das «Cartaxas», nela situado, pedaço material da história da urbe.               .


E assim lá se vai mais um marco histórico que marcou uma época, quando Ílhavo era uma próspera Vila em procura de afirmação urbana.


Este prédio dava para o Largo do «Rocio» (também na gíria conhecido por largo da Capela),pois  assim se chamava o espaçoso (?) largo que o ladeava pelo poente. Largo que ,curiosamente, tinha a norte, o edifício onde se albergou, no Séc. XIX, a Philarmónica Ilhavense.  No Largo da Rocio  deu,  a 1ª Banda de Ílhavo, alguns concertos, muito apreciados pela população, que, vivamente interessada, ali acorria em alvoroço.

O Palacete terá sido mandado construir no início do Séc.XIX, por um tal João António Cartaxo, emigrante no Brasil. Terá passado para sua irmã Maria Gonçalves de Jesus, casada com  Manuel Teles, progenitor da família “Teles”.


O palacete dos «Cartaxos»,assim lhe ouvi muitas vezes chamar, foi  sede do Tribunal  dos Orfãos e, mais tarde, ali esteve instalado o Centro Republicano.


E ainda, posteriormente, lá terá estado instalado o Sindicato dos Mareantes (assim creio ter sido designado)

      

                                              O Sindicato dos Mareantes


No primeiro decénio de novecentos,  a Câmara Municipal de Ílhavo terá entrado  em contacto com os proprietários (já então, como regista a acta  da CMI, a Familia Teles ) com a pretensão de adquirir o prédio e aí instalar a CMI (até ali  a funcionar   no Largo do Oitão).Admitia, a Câmara, disponibilizar o R/C para a Associação dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, que ali teve guardada a bomba braçal, após 1894. 


                                         

                                Ao fundo o prédio e o seu mirante(foto de JA Ramalheira)


Chegou a acertar-se  um valor, mas certo é que, a Câmara desistiu da ideia, e iria fazer obras no  Convento  das Irmãs de Calais, que entretanto, teriam, pela calada da noite, fugido  e tudo abandonando, em 1910.

No “Palacete” nasceu o poeta Quintino Teles.



SF






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