Ao fundo á esquerda pode ver-se o mirante do Prédio
Quando o Palácio das «CARTAXAS» ardeu.
Notícia chegada de Ílhavo, dava-me conta que, pela madrugada, a Rua Arcebispo Bilhano(Rua Direita) terá vivido em sobressalto, causado pelas labaredas que deflagraram do prédio das «Cartaxas», nela situado, pedaço material da história da urbe. .
E assim lá se vai mais um marco histórico que marcou uma época, quando Ílhavo era uma próspera Vila em procura de afirmação urbana.
Este prédio dava para o Largo do «Rocio» (também na gíria conhecido por largo da Capela),pois assim se chamava o espaçoso (?) largo que o ladeava pelo poente. Largo que ,curiosamente, tinha a norte, o edifício onde se albergou, no Séc. XIX, a Philarmónica Ilhavense. No Largo da Rocio deu, a 1ª Banda de Ílhavo, alguns concertos, muito apreciados pela população, que, vivamente interessada, ali acorria em alvoroço.
O Palacete terá sido mandado construir no início do Séc.XIX, por um tal João António Cartaxo, emigrante no Brasil. Terá passado para sua irmã Maria Gonçalves de Jesus, casada com Manuel Teles, progenitor da família “Teles”.
O palacete dos «Cartaxos»,assim lhe ouvi muitas vezes chamar, foi sede do Tribunal dos Orfãos e, mais tarde, ali esteve instalado o Centro Republicano.
E ainda, posteriormente, lá terá estado instalado o Sindicato dos Mareantes (assim creio ter sido designado)
O Sindicato dos Mareantes
No primeiro decénio de novecentos, a Câmara Municipal de Ílhavo terá entrado em contacto com os proprietários (já então, como regista a acta da CMI, a Familia Teles ) com a pretensão de adquirir o prédio e aí instalar a CMI (até ali a funcionar no Largo do Oitão).Admitia, a Câmara, disponibilizar o R/C para a Associação dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, que ali teve guardada a bomba braçal, após 1894.
Ao fundo o prédio e o seu mirante(foto de JA Ramalheira)
Chegou a acertar-se um valor, mas certo é que, a Câmara desistiu da ideia, e iria fazer obras no Convento das Irmãs de Calais, que entretanto, teriam, pela calada da noite, fugido e tudo abandonando, em 1910.
No “Palacete” nasceu o poeta Quintino Teles.
SF
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