sábado, outubro 10, 2009


Dia de reflexão ?
Antes fosse ..

Porque se o fosse eu sabia de fonte segura que amanhã esta santa terrinha se libertava de um terrível pesadelo.
Mas as gentes cá do sítio não são muito dadas a reflectir. Decidem por impulso, certamente que é mais seguro ter um «sanapaio no quete» que dois bacalhaus á borda.
Quem não precisa de reflectir sei eu bem quem é.

Por falar em reflectir

Interroga-me uma leitora se aquilo que escrevo reflecte a pessoa que sou?
Provavelmente chocada, ainda, com umas liberdadezitas que deixei voar,e que, ao que parece, fizeram corar e até ofenderam - vá de retro!- muitos espíritos.
Descanse a leitora.
Não!.. o que escrevo não reflecte o que eu sou, mas sim o que gostava de ter sido.
A vida ,minha cara, nunca nos deixa ser o que desejávamos ser; viver é tentar ser o mesmo, sem nunca ser igual. A escrita(ou outra qualquer expressão de arte) é que nos deixa ser exactamente como pretendíamos ser.
A vida tem pouco de estética; muito mais e apenas «do possível». Eu por mim tentei sempre desesperadamente ser livre; mas, o mais que consegui, foi não perder a ideia de quem sou. Foi isso apenas que consegui salvar. Não desgostei da vida que amassei; mas ninguém me pode impedir de sonhar.

E já agora ,criticado por sonhar…
Pois assim o fui. Falar de amor, e sobre ele poetizar aos setenta, parece ser ofensivo.
Sorrio-me com doce perdão. Tão novos e já precisam de «viagra» para sonhar.
Mas não ficaram sem resposta:
-«Éh pá o que me espanta são as V/ poesias de luta parada no tempo; nem lutaram nele …nem deixam que outros ousem fazê-lo, com outros argumentos». Mudem lá de cassete…
Olhem! :-eu por mim «saio de cima» logo que a V geração mostre «argumentos»….Mas enquanto puder falo de algo sem o qual não vale,de modo algum, a pena viver.

Obama e o Prémio Nobel

Este Nobel foi claramente um sinal de esperança. Concedido não pelo que foi feito mas por aquilo que todos desejamos ardentemente aconteça.
Na Europa ,já todos percebemos a era dos grandes Estadistas já se foi.Por isso a Europa atravessa uma crise de valores, que é temível se de repente ,tal como sucedeu na América não aparecer uma figura mobilizadora. Obama apanhou a América na crise maior da sua história(depois de 1929).Mas ao ouvi-lo defrontamo-nos com uma personalidade que nos toca ,porque tem uma capacidade verdadeiramente de dizer as coisas difíceis de um modo tão claro e incentivador, que nos faz ,de facto acreditar no «Yes we can».
Vê-se que não é um papagaio falante; mas alguém que tem um discurso de uma racionalidade inultrapassável.
Claro que a tarefa que tem pela frente é de uma complexidade assustadora. Nunca os EUA estiveram tão fracos, e principalmente assustados. Muitos parecem querer ,só e apenas fechar-se no seu quintal e importarem-se pouco com o que vai no quintal dos vizinhos.
Ora uma Europa sem os EUA é um território politico sem força para defender as suas ambições e até as suas fronteiras.
Obama não é só um referencial de esperança para os americanos. É-o também para os Europeus. Os chefes políticos desta velha europa perceberam que não podem mais correr os erros de embarcarem, de novo, nas aventuras de um qualquer «Busch» inapto, irresponsável ,impreparado e troglodita. Por isso ofereceram a Obama esta prenda (o Nobel) como que a dizer-lhe :pode contar connosco.
E é verdade. A paz e a sustentabilidade ambiental, do mundo, tal como o conhecemos, está como nunca depositada nas mãos de um só homem. Tarefa tamanha para um Homem só…mas a história assim o ditou.
E se este falha …
Aladino

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