Pintem o mundo de pomada preta..
Quando era puto ,passava longas horas na Farmácia. Claro que nunca quis ser Farmacêutico. Aquilo era negócio para senhoras.
Quando era puto ,passava longas horas na Farmácia. Claro que nunca quis ser Farmacêutico. Aquilo era negócio para senhoras.
Mas apreciava a feitura de manipulados. E até apreciava os «bruxos» da região que confiavam na «Ti» Eduardinha, que, a rigor, sabia confeccionar as suas(dele…) mistelas. O «Bruxo» da Pedricosa era sem dúvida o mais afamado. A receita já a minha mãe a sabia de cor.
-Vão à «D Eduardinha» – ditava - e peçam o garrafão miraculoso. Fui lá levar pipas de garrafões da mezinha miraculosa. Tenho a impressão que um qualquer dia devo ter tomado um gole da poção mágica.
O «bruxo» tinha razão em receitá-la ao mulherio…
-Vão à «D Eduardinha» – ditava - e peçam o garrafão miraculoso. Fui lá levar pipas de garrafões da mezinha miraculosa. Tenho a impressão que um qualquer dia devo ter tomado um gole da poção mágica.
O «bruxo» tinha razão em receitá-la ao mulherio…
E assim era. Um garrafão de uma mistela que se nada fazia (mas fazia(!) ,digo-o eu,e perdura a sua benfeitoria) tinha com ele «o milagre» . Que diferença existia nessa, noutra,ou em qualquer água milagrosa? São todas iguais. O crédito ao sobrenatural é sempre a questão :parece que temos tudo e de repente descobrimos que não temos nada. À espera que um outro qualquer –deus - menor ou maior, venha interferir.
Porque fui buscar isto, hoje?
Porque na Farmácia faziam-se, diariamente, quilos de« pomada preta».Que faziam explodir todos os abcessos, exteriores e interiores. Pomada milagrosa.
Hoje o mundo precisaria de mezinha especial como aquela, tão putrefacto ,e com tantos abcessos prontos a rebentar. Que jeito daria. Brochávamo-lo com a dita e o pus infecto saltava todo cá para fora.
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Nem por sombras queria outra Pátria. Mais : nem outra Terra eu queria.
Porque fui buscar isto, hoje?
Porque na Farmácia faziam-se, diariamente, quilos de« pomada preta».Que faziam explodir todos os abcessos, exteriores e interiores. Pomada milagrosa.
Hoje o mundo precisaria de mezinha especial como aquela, tão putrefacto ,e com tantos abcessos prontos a rebentar. Que jeito daria. Brochávamo-lo com a dita e o pus infecto saltava todo cá para fora.
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Nem por sombras queria outra Pátria. Mais : nem outra Terra eu queria.
Mas que ando envergonhado com uma e com outra,lá isso confesso, que ando. Pensei aqui há um tempo que ia ter paz. Tinha-a «comprado». A questão é que eu não quero paz. Nem a sei dar. Nem a mim nem aos outros.
Vivo claramente desassossegado. E transmito esse desassossego. Os únicos que parecem queixar-se são os que, aqui dentro das paredes, me vão suportando. E tanto se habituaram que, se eu peço uma, duas(!) horas para mim, para em silêncio me aquietar (comigo), logo reclamam inspecção médica.
Vivo claramente desassossegado. E transmito esse desassossego. Os únicos que parecem queixar-se são os que, aqui dentro das paredes, me vão suportando. E tanto se habituaram que, se eu peço uma, duas(!) horas para mim, para em silêncio me aquietar (comigo), logo reclamam inspecção médica.
Nem me deixam morrer inédito: -em paz.
Mas não são só os de cá,os de dentro. Espécie de pára raios, nem me deixam acreditar no que decifro: o sol aquece e arrefece os instáveis sentimentos alheios.E os meus estavam gelados postos em sossego.E vai...
Mas não são só os de cá,os de dentro. Espécie de pára raios, nem me deixam acreditar no que decifro: o sol aquece e arrefece os instáveis sentimentos alheios.E os meus estavam gelados postos em sossego.E vai...
E aparecem a falar-me de que um beijo, cura tudo. Oh!...isto de morto sem ter morrido ,custa, raio!
Nunca acreditei em« bruxas» .Mas lá que as hay…hay..
Nunca acreditei em« bruxas» .Mas lá que as hay…hay..
Aladino
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