CANTO V
Não falta com razões quem desconcerte, negando o «rei e a pátria», e se até convém ,aquilo que deus tem; ia Bloom pensando, revendo o vate.
No púlpito o meirinho- mor tinha dado conta que o CABO tinha – finalmente !- sido dobrado. O défice tal como anunciado –e que durante messes a fio se considerou impossível.E a receita fiscal, essa afinal, acima do previsto ,enganando todas as aves agoirentas que peroraram, diária continuamente nos planos inclinados e quejandos.E finalmente o crescimento atingiu o dobro (dobro!)do previsto. Estávamos – assim pensava Bloom – no bom caminho para a Índia.
Julgava Bloom ,ir ouvir danças, estridulo foguetório e muitas outras alegrias; o momento será de festa, pensou.
Mas logo pelo espesso ar das tribunas, choveram, os estridentes farpões, setas e vários tiros voaram ;a terra tremeu ,os vales soaram. A fera batalha se encruece.
«O que importa é o BPN!....»
Que importa a nau que ousou tentar o mar, e o cabo ultrapassar? Que importa a navegação certa ,e que assim se caminhe já mais seguro do que dantes vinha.
A que novos desastres,determinam?Nascemos perante os acontecimentos, pensa Bloom, sem hipótese de dizer: -mas ?!
De que é feito um País cobarde ? pergunta-se Bloom. De uma maioria que cala e consente. Por isso crápulas há em todos os lados. Mesmo nos púlpitos.
Que podem fazer os vivos? É questão para a qual Bloom deseja encontrar resposta.
Vai à lista telefónica para encontrar um sábio que o esclarecesse. .Eram tantos nos púlpitos que muitos outros deve haver. Encontra «advogados» ,«engenheiros» ,«economistas» ,«professores» etc .Só crápulas modestos. Sábio, nenhum…
Seria que todos os sábios - aqueles a quem o mar caiu em sorte - estavam nos púlpitos?- interrogou-se Bloom.E pensou : nada no mundo da politica é claro.A não ser o mundo dos imbecis.
Bloom estava mais perto de partir para a sábia ,sensata e receptiva Índia. Ao encontro de sábios. Em Portugal os sábios são gente que sabe tudo, de nada.
SF
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