sexta-feira, janeiro 21, 2011


                                                             CANTO X



E pensando com os seus botões, o Sr. Bloom tinha ,agora ,no momento actual, o inventário completo da existência de ser português .Perante o que escutou (mais do que viu) só quem tenha descido à cave da condição humana ,pode tão indigentemente pretender ocupar as cadeiras do poder.Os que aplaudem por aplaudir, não lhes estão longe.


(Vamos supor que o Presidente eleito ganha com 60% dos votos expressos, que somam a conta de 50% dos votos possíveis.


Quer dizer que o Supremo Magistrado da Nação tem apenas o apoio declarado de 30% dos portugueses). O que representa S. Exª?


Certo é que a partir de 23 Janeiro virá dizer : - a partir de agora sou o Presidente de «todos os portugueses».


Uma ova…..


Então o Sr Bloom pega no seu móvel ,e liga para a agência de viagens :-pretendia um bilhete para a Índia,sff.


-De ida e volta, pergunta a voz doce da funcionária da agência?


-Só de ida. Vou para ficar. Emigro. Já não faz sentido ter memória. (Cada pessoa julga-se dono do tédio inteiro do mundo. O dos outros – julgam! – vai de avião, assim pensava o Sr.Bloom ,depois de ...)


Os políticos em Portugal preenchem o que vai dos sapatos aos ombros, conclui o Sr Bloom. E é dentro das cabeças que as coisas acontecem. Razão pela qual, por cá, nunca acontece nada de bom. Parece . As inundações começam ao nível dos mares. Quando as águas chegarem aos ombros, aboiam. Os coveiros não vão ter grande trabalho para enterrar os portugueses felizes. Já são poucos.


E o Sr. Bloom reviu no canto IV o vate:


                        (…) Com não vistas vitórias, com receio


                               A quantas gentes vês porás freio (…)





Àmen….



SF,21 de Jan 2011

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