quinta-feira, janeiro 30, 2014


Exame da  Prostata

Andava mijando errado
Com a urina em atraso

Era uma gota no vaso,
Três ou quatro na lajota

Quando não era nas botas,

Nas cuecas ou no selim,

Ou mesmo mijando em mim!
Que tamanha porcaria
E o meu rico parecia
Uma mangueira de jardim
 

O pensamento passava
O pau não obedecia
Quando a bexiga enchia
Eu mijava a prestação
P’ro banheiro em procissão.
Uma ida atrás da outra
Numa mijada marota
Contrastando com meu zelo:
P’ra beber era um camelo
P’ra mijar um conta-gotas
 
Depois de passar um bom tempo
Convivendo com esse horror

Fui procurar o  Ricardo, doutor

P’ra atender meu pedido

Julguei me desse algum comprimido
P’ra empurrar, goela abaixo
Tenho a certeza não acho
Que antes que eu prossiga
É importante que diga
Que não deixei de ser macho

 
Mas agora voltando ao caso
É natural que reclame,
Depois de um monte de exames
De urina e ecografia
E até fotografia,
Da minha arma de trepa
Me pôs a baixar
Ajoelhado em penico
Enfiando-me  um troço, no dito
Que me dói só de lembrar.

Ainda dei o meu sangue
P’ra vampira diplomada
E pensei : tinha acabado (!);
Só me faltava a receita
Eu já tinha ideia feita
Ponho-a  no bolso… e adeus doutor,
Recupero o mijadouro
Não sonhava concluir
Que alguém  iria invadir
Meu buraco expulsor.

Fiquei por isso lixado
Apanhei mesmo tremendo choque
Quando me falou em um toque
Que achei desagradável;
Para macho é coisa impensável
Um dedão(!) furando a vaga.
Vejam pois o meu dilema
É o pau que dá problema
E meu cú é que o paga.

 
Tentei todos os argumentos
Esquivei-me o quanto pude
Mas…se é por bem da saúde
Não me deve fazer mal
Expor assim meu anal,
A fazer papel de mulher
É coisa que a gente não quer;
Mas de acordo (?) com os planos
 fui abaixando  os panos,
Salve-se lá o que puder.

 
De cotovelo na mesa
E com o rabo empinado
 No meu cú não entra nada
Nem dedinho apertado…
Mas o dedo estava treinado
Acostumado a furar
E eu que nunca dei as costas
P’ra desaforo de macho
Pensava de cabeça p’ra baixo:
O pior é se da coisa  gostar.


Pra mim foi mais que  estupro
Aquilo entrou ardendo
E fiquei então sabendo
Como se caga p’ra dentro.
Aquele dedão nojento
Que fere sem piedade
E me entra:  que barbaridade!
Foi alívio quando saiu
Garanto p’ra quem não viu
Que não vou sentir saudade

Enfiei as calças ligeiro
Com vergonha e bem corado
Vai que o doutor abusando
Sem pena das minhas pregas
Chamasse um outro colega
P’ra segunda opinião
Porra !....apertei o cinturão
Fiz uma cara de bravo
Dois mexendo no meu rabo
Alto( !): isso seria diversão.

 
Depois daquela tragédia
Pior p’ra mim não há
Não comentei com ninguém
P’ra evitar falatório
Se me falam em consultório
Fico logo  cheio de medo
E disso não faço segredo
Da macheza que  alardo
Mas cada vez que eu cago
Lembro-me logo do tal dedo.

2 comentários:

Fernando Martins disse...

Se eu fosse poeta, diria o mesmo que o meu amigo. De modo que os seus versos me fizeram rir a bom rir. Um homem tem de passar por cada coisa! Mas o importante é que resolva ou lhe resolvam o problema para não andar às pinguinhas.

Um abraço

escritoramariaeli disse...

Nao sabia que um poeta tão amoroso fosse, também, tão engraçado...kkkkkkkk

A « magana » que espere....  Há dias que  ainda me conseguem trazer interesse renovado, em por cá estar  por mais uns tempos. Ao abrir logo ...