Exame da Prostata
Andava mijando errado
Com a urina em atraso
Era uma gota no vaso,
Três ou quatro na lajotaQuando não era nas botas,
Nas cuecas ou no selim,
Ou mesmo mijando em mim!
Que tamanha porcaria
E o meu rico parecia
Uma mangueira de jardim
O pensamento passava
O pau não obedecia
Quando a bexiga enchia
Eu mijava a prestação
P’ro banheiro em procissão.
Uma ida atrás da outra
Numa mijada marota
Contrastando com meu zelo:
P’ra beber era um camelo
P’ra mijar um conta-gotas
Depois de passar um bom tempo
Convivendo com esse horrorFui procurar o Ricardo, doutor
P’ra atender meu pedido
Julguei me desse algum comprimido
P’ra empurrar, goela abaixo
Tenho a certeza não acho
Que antes que eu prossiga
É importante que diga
Que não deixei de ser macho
Mas agora voltando ao caso
É natural que reclame,
Depois de um monte de exames
De urina e ecografia
E até fotografia,
Da minha arma de trepa
Me pôs a baixar
Ajoelhado em penico
Enfiando-me um troço,
no dito
Que me dói só de lembrar.
Ainda dei o meu sangue
P’ra vampira diplomada
E pensei : tinha acabado (!);
Só me faltava a receita
Eu já tinha ideia feita
Ponho-a no bolso… e adeus
doutor,
Recupero o mijadouro
Não sonhava concluir
Que alguém iria invadir
Meu buraco expulsor.
Fiquei por isso lixado
Apanhei mesmo tremendo choque
Quando me falou em um toque
Que achei desagradável;
Para macho é coisa impensável
Um dedão(!) furando a vaga.
Vejam pois o meu dilema
É o pau que dá problema
E meu cú é que o paga.
Tentei todos os argumentos
Esquivei-me o quanto pude
Mas…se é por bem da saúde
Não me deve fazer mal
Expor assim meu anal,
A fazer papel de mulher
É coisa que a gente não quer;
Mas de acordo (?) com os planos
Lá fui abaixando os panos,
Salve-se lá o que puder.
De cotovelo na mesa
E com o rabo empinado
No meu cú não entra
nada
Nem dedinho apertado…
Mas o dedo estava treinado
Acostumado a furar
E eu que nunca dei as costas
P’ra desaforo de macho
Pensava de cabeça p’ra baixo:
O pior é se da coisa gostar.
Pra mim foi mais que
estupro
Aquilo entrou ardendo
E fiquei então sabendo
Como se caga p’ra dentro.
Aquele dedão nojento
Que fere sem piedade
E me entra: que barbaridade!
Foi alívio quando saiu
Garanto p’ra quem não viu
Que não vou sentir saudade
Enfiei as calças ligeiro
Com vergonha e bem corado
Vai que o doutor abusando
Sem pena das minhas pregas
Chamasse um outro colega
P’ra segunda opinião
Porra !....apertei o cinturão
Fiz uma cara de bravo
Dois mexendo no meu rabo
Alto( !): isso seria diversão.
Depois daquela tragédia
Pior p’ra mim não há
Não comentei com ninguém
P’ra evitar falatório
Se me falam em consultório
Fico logo cheio de
medo
E disso não faço segredo
Da macheza que alardo
Mas cada vez que eu cago
Lembro-me logo do tal dedo.
2 comentários:
Se eu fosse poeta, diria o mesmo que o meu amigo. De modo que os seus versos me fizeram rir a bom rir. Um homem tem de passar por cada coisa! Mas o importante é que resolva ou lhe resolvam o problema para não andar às pinguinhas.
Um abraço
Nao sabia que um poeta tão amoroso fosse, também, tão engraçado...kkkkkkkk
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