Agora é sempre a descer
Prestes a arrancar
Mais uma folha
Ao já amarelecido
Calendário,
Apetece-me dizer à vida:
Pronto ganhaste.
Levaste as minhas lembranças
E eu por aqui ainda fiquei
A ver, não o que queria,
Mas a não querer já muito do que via.
Vai longo este caminhar
De quem tanto quis sonhar
A guardar folhas e folhas
De horas cheias, desmedidas,
Outras por vezes
De sentido tão vazias
Tão brancas de horas
A não despertar lembrança
Mais uma folha
Ao já amarelecido
Calendário,
Apetece-me dizer à vida:
Pronto ganhaste.
Levaste as minhas lembranças
E eu por aqui ainda fiquei
A ver, não o que queria,
Mas a não querer já muito do que via.
Vai longo este caminhar
De quem tanto quis sonhar
A guardar folhas e folhas
De horas cheias, desmedidas,
Outras por vezes
De sentido tão vazias
Tão brancas de horas
A não despertar lembrança
Que vivê-las só me acarretou
Mais amarga nostalgia
Do que verdadeira alegria.
Sei...é inútil pedir mais a vida
E injusto para tantos
Que não tiveram o tapete
Que sempre rolou à minha frente.
Bom era que a minha vida acabasse
Ainda no cume da montanha
Que já outros começam a subir;
Vá, não tenham pressa
Que o subir bem pouco custa,
Bem mais difícil é o descer
E manter a dignidade sem cedências,
A escorregar com humildade
A tactear o caminho
Para ser mais segura, a penitência.
SF
Mais amarga nostalgia
Do que verdadeira alegria.
Sei...é inútil pedir mais a vida
E injusto para tantos
Que não tiveram o tapete
Que sempre rolou à minha frente.
Bom era que a minha vida acabasse
Ainda no cume da montanha
Que já outros começam a subir;
Vá, não tenham pressa
Que o subir bem pouco custa,
Bem mais difícil é o descer
E manter a dignidade sem cedências,
A escorregar com humildade
A tactear o caminho
Para ser mais segura, a penitência.
SF
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