terça-feira, setembro 04, 2007

Aquilão


Foste cantado por Plínio

Quando vindo lá da serra

Trazias contigo

O perfume da urze e o cheiro da caruma.

Descendo, encosta abaixo , caminho ínvio

Sobrevoando a terra, apressado,

Para te vires refrescar na laguna


Exsudaste o marnoto

Fazendo-lhe correr rios de suor

Enquanto cometias o prodígio

De transformares água em flor,

E assim nascia o sal.

Mais do que um milagre.

Igual, só o vivido no natal!




Teu sufoco causticava

O moço do moliceiro

Que de vara ombreada

Percorria a auto estrada da borda

Na procura de um novo veiro.

Enquanto lá ao longe

Um maçarico sonolento ,acordava.




Fazias do mar ,lama

Levando contigo a «xávega»

A paragens que pareciam infindas.

E o arrais endoidado por ti

Seguia-te como à sereia

Sem saber se havia mar e norte

Ou se o atrevimento findava, em morte.

Senos da Fonseca

4.09.2007

Sem comentários:

  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...