D. MANUEL II EM AVEIRO.
Neste ultimo sábado, recebi a visita do Prof. Dr. Tavares da Silva .Já lá iam muitos bons anos –quase diria mais do que uma vintena –e nunca mais tínhamos contactado.
Foi professor Catedrático na Universidade de Coimbra ,onde nos conhecemos ,e tinha, e tem, julgo, uma casa –singular –que creio herdada do seu Pai, na Barra ,ali perto do farol. Foi certamente das primeiras, a ali, ter sido edificada. Casa que recuperou, num processo que me lembra ,difícil, no relacionamento com a Câmara de Ílhavo, de então.
Trazia-me, o Professor ,um interessantíssimo trabalho ,produto de uma investigação sobre a visita de El Rei D. Manuel II, a Aveiro ,em 1908,a que nunca se teria dado o devido relevo. Eu, pelo menos, nunca tinha dado por tal.
Li o livrinho ,com muito interesse .Muito bem escrito ,referenciando os jornais da época aonde vai beber informação, com o atractivo, extra, de conter fotografias inéditas ,de muito e relevante, importância.
Um excelente trabalho, denunciando uma atenção muito activa na recolha histórica.Saliento dois ou três pontos:
a) A explicação do cadeirão oferecido ao Rei, que lhe serviu de assento na visita, em bergatim real -um simples mercantel !- à Barra .
Este facto fez-me pensar no motivo da visita, que o autor não refere. Associando a data (cem anos após a abertura da Barra -1808) é de colocar a hipótese de ter sido, a comemoração de tal acontecimento, a razão da mesma. Ora aquele cadeirão pertencia ao Salão Nobre da Câmara de Aveiro, e nunca foi reposto. Existem onze, e continua a faltar um. Está no Palácio de Vila –Viçosa.
b) O autor chama a atenção para um facto ,que, sendo, historicamente
vulgar, não deixa de ser interessante .Aveiro e sua População receberam em apoteose S. Majestade. .Dois anos depois, o mesmo Povo ,exaltava, vindo à Rua, com o advento da República.
Todas as revoluções têm elites que as comandam .O Povo reage ,quase sempre do lado vitorioso.
c) Nos créditos fotográficos, saliento o grupo fotografado em frente da
estátua de José Estêvão .
Raparigas (trajadas a rigor) e rapazes, todos funcionários da fábrica da Vista –Alegre. Poder-se-ão, talvez, identificar alguns dos fotografados. Em resumo : um bom esforço do Prof. Tavares da Silva. Que interessa a todos os estudiosos da história de Aveiro. A ler e guardar.
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SENHOR JESUS DOS NAVEGANTES
Claro que apreciei a brochura de Hugo Calão –está ali um potencial investigador com créditos firmados ,que pode ir longe, oxalá não perca a vontade - e que julgo ter contado com a colaboração de Isabel Madail.
Nela se refere a fusão entre a história local e a história religiosa, tão ligadas elas estiveram ,pelo menos até ao século XIX ( XX).
Uma ideia de aplaudir. São pequenas histórias que fazem grandes histórias .
Estão de parabéns os autores.
Mas creio que há ainda por lá ,muito mais a pôr, cá para fora .
Façam favor de o fazer
Aladino
terça-feira, setembro 18, 2007
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