sábado, maio 17, 2008

TUDO FEITO AO CONTRÁRIO ...

DO QUE ERA NECESSÁRIO FAZER...


E AINDA POR CIMA A CALOTE...



Não vale a pena repetir muitas das observações, mais ou menos correctas, e ou, mais ou menos demagógicas, que diversos intervenientes tiveram a oportunidade de apontar na Assembleia Municipal, demonstrativas, contudo- bem ao contrário do que diz em «O Ilhavense», J. T.-, de que, em 2007, se verificou,na verdade, um fraco desempenho do executivo camarário; seja ao nível de receita, mas e também, e naturalmente, da despesa (cerca de 54 e 52 %, respectivamente). Não me motiva mas sempre o indico, que nos custos de pessoal há por lá verbas que bem valiam uma ponderação cuidada, para avaliar o que se paga e o que resulta em qualidade da acção do beneficiado, normalmente ocupando cargo de topo (especialmente assessores do Sr. Presidente - Job for the boys and girls - são tantos!). Notar que determinados assessores recebem mais - muito mais, o dobro! - do que o protocolado pela Câmara com Freguesias concelhias, ou ajudas atribuídas a IPSS. Parece-nos no mínimo estranho.

Vamos então ao que importa.

Eu aceitaria Sr. Deputado J.T., que a Câmara contraísse dividas a médio e longo prazo desde que para obras no interesse real, para melhoria da qualidade de vida das populações, Agora para construir meia dúzia de equipamentos, em que uns se atropelam aos outros, ou que na finalidade estão completamente desajustados com as realidades locais, é procedimento que não resulta de bom senso - como o Sr. expressa - mas tão só de puro pedantismo bacoco, e ou grave megalomania de que todos - agora que vejo uns a quererem sair da carroça - são responsáveis. O senhor deputado também o é. Não esqueça isso.

Estão erradas - desastradamente erradas - essas práticas desgarradas que vêm sendo levadas a cabo, cedendo a pressões lobistas externas que comprometem o presente e podem destruir o futuro. O poder Autárquico tornou-se o centro de práticas pouco transparentes, e o pantanal por onde se movimentam interesses obscuros. É um bueiro onde se escondem actos a justificar castigo adequado, severo, e que sirva de lição. Estamos em plena época do «Apito Dourado». Temo que acabado este, comece o das «Autarquias Douradas».

Em meu entender a Câmara deveria assumir como bandeira:


1- Eliminar todo e qualquer tipo espectro de fome.
Há fome no Concelho. E tirando as IPSS - que a Câmara trata mal, desconsidera e insulta - ninguém cuida em eliminar esse abcesso pútrido que nos envergonha.

2- Resolver o problema de proporcionar tecto aqueles que comprovadamente não têm meios para os possuir. Nos últimos anos nem uma casa foi construída para esse fim. E estima-se serem necessárias mais de um milhar delas.

3- Resolver o problema de saneamento de zonas populacionais do seu concelho (substancial parte cidade da Gafanha da Nazaré e a Gafanha de Aquém, ainda o não têm). Aqui sim, Sr. Deputado, o retorno em qualidade de vida, justificava o recurso a empréstimos bancário ou outros.

4- Assumir a responsabilidade de criar os meios para dinamizar o Comércio da cidade, em agonia tremenda e irreversível, cujo programa esteve iniciado, e que, por desleixo da Câmara foi caducado, e desse modo perdida toda a capacidade de a ele voltar a recorrer. Foi um comportamento estulto e irresponsável de quem por ausência e incapacidade, permitiu criar as condições que levaram à extinção do programa.

5- Auscultar as unidades empregadoras concelhias, trabalhando com elas na definição de objectivos, incitamentos, apoios políticos justificados, de modo a requalificar e revigorar o tecido empresarial. As condições geográficas privilegiadas (plataforma do Porto de Aveiro situada no terminus do IP5), não estão a ser minimamente aproveitadas.

6- Propor parcerias com a Universidade de Aveiro ou outros centros de conhecimento de modo a que se venha instalar no Concelho um (ou mais) centro de saber dirigido a áreas especificamente identificadas pelas entidades anteriormente referidas. Para isso seria necessário que a Câmara não estivesse - como está - sobranceira e malcriadamente, como lhe é apanágio e postura habitual, de costas voltadas para o tecido empresarial, local.

7- Dotar o Concelho de um Parque de Exposições, polivalente, para promoção da produção e misteres concelhios, e que seja ao mesmo tempo capaz de albergar iniciativas de carácter promocional e lúdico.

8- Fortalecer os laços de uma identidade comum, através de uma politica cultural capaz de dinamizar grupos de diversas tendências, plurais e diversificados, a fim de permitir a recuperação e a regeneração do nosso património histórico. Que se não pode perder, em troca de falsos maneirismos e ou modernismos serôdios.

Em resumo Sr.Deputado (municipal) J.T. : as contas são as contas, e demagogicamente servem para ser lidas de muitas e variadas maneiras. Foi só isso que quis demonstrar.
O que eu não desejava era voltar a ouvir responsáveis sacudir a água do seu capote. Se fizer um exercício de memória lembra-se onde «ouvimos» tais atitudes.
Atravessamos um dos períodos mais negros da nossa vida como comunidade.
Temos uma Câmara exangue, uma comunidade socialmente de costas voltadas, temos uma tecido económico em extinção ou letargia, temos uma memória alzheimada, passamos uma vida no encolher ombros.
Tudo foi feito ao contrário do que era necessário fazer para recuperar o tempo perdido,
pois que aí terei de dizer que os outros não foram melhores-de facto-,pese embora não desavergonhados.

Aladino

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