sexta-feira, janeiro 22, 2010

DOBRADO O «CABO DOS SETENTA»

E o que fazer agora dobrado o Cabo dos setenta?
Olhar com olhos tristes os poucos e esganados horizontes,
E ficar por aqui a mendigar emoções novas
Quando o suão que traz na mão a foice
Espreita escarrapachado no varandim o momento em que me distraia?

Que hei-de dar à vida ,senão uma enorme vaia,
À magana que não poucas vezes, em vez de amor, só me deu coice;
E que em vez de alento só soube colocar á prova
O sôfrego que a quis beber em taça de ouro, num só momento,
Todas as delícias prometidas:- o céu ,o azul, a loucura vã de quem a inventa (?)

Revejo-me nessa já longa história, inconsequente.
Onde ontem esperei, hoje já não espero, nem sequer tento,
Deixo-me conduzir não por aquilo que queria ver, mas que vi
E sem nada esperar, contudo, não me renego. A vida foi-se,
Eu sigo coração apaixonado sem saudade de voltar àquela «praia».

SF 22.01.2010

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