MAR
Canto 1 – Partir nunca mais…
Olho assombrado para ti
Mar!
Não sei das lonjuras de onde vens,
Nem razão do desassossego que trazes contigo.
Sei que mora em ti permanente inquietação
E uma eterna crispação
Quando vens apressado
No regresso de outras paragens.
Que novos mostrengos viste tu: - MAR!
Dos que Portugal sonhou primeiro,
Que ainda os não tivéssemos aquietado?!.
Diz-nos! - Não por querermos voltar a ousar,
A navegar de mar em mar, em ti todo: Mar !
A fundar o 5º Império, nem outros tais
Que por desvarios nos perderam demais.
Mas para refazer a pátria, há que de novo ficar
Plantar de novo as raízes dum Portugal
Que se esqueceu de ser jardim florido
De rosas, de cravos, de papoilas,
Meu olhar no seu rubro detido.
Partir nunca mais!
Canto 2- Anúncio da chegada
Vens de azul vestido guiado pelo voo da gaivota
Que te convida a descansar no leito da praia,
Para que melhor possas olhar o céu.
Num repente ensombras o teu ondular
A gaivota desatina e vem pousar em terra
Na esperança que emudeça o teu escarcéu.
E eu sei apenas que só por te chamar,
Mar! …
Percebo a tua dimensão
No vislumbre das montanhas ocultas no teu corpo
A erguerem-se cobertas de farfalho
Revolto véu branco que te serve d’ agasalho.
És abismo profundo em dialecto de carícias
Quando enrolas na praia, a vaga, ao entardecer,
Bailas ao compasso do vento, num fazer e desfazer.
És sonho, és dor, és acaso, provocador de notícias
Sombra dos que sepultaste, desafio aos vivos,
Que um dia partiram para longe daqui.
Como poderia deixar de gosta de ti (?!)
Se o teu nome basta para me abismar,
MAR!....
Fera cansada
O rugir na noite assombrada
Lá de longe avisando a sua chegada,
[de madrugada.
Canto3-Vai sózinho. Eu fico…
Com cega brutalidade
Acordas azul, envolto na bruma da ilusão.
(e os meus olhos ficam azuis, imensos,
Na febre de querer ir contigo: - navegar).
Vieste antes da palavra
Na rara intenção de provar
A existência da eternidade.
Antes dos tempos tu já eras
Depois dos tempos tu serás.
Nada que eu faça sou eu
O mundo é teu,
De ti todo inteiro; de mim nada,
Mar!
Se eu te chamar não voltes para trás;
Eu sou como o vento na forma incompleta
Vai. Deixa que nele se esvaía meu longínquo apelo.
SF (Março 2011)
Canto 1 – Partir nunca mais…
Olho assombrado para ti
Mar!
Não sei das lonjuras de onde vens,
Nem razão do desassossego que trazes contigo.
Sei que mora em ti permanente inquietação
E uma eterna crispação
Quando vens apressado
No regresso de outras paragens.
Que novos mostrengos viste tu: - MAR!
Dos que Portugal sonhou primeiro,
Que ainda os não tivéssemos aquietado?!.
Diz-nos! - Não por querermos voltar a ousar,
A navegar de mar em mar, em ti todo: Mar !
A fundar o 5º Império, nem outros tais
Que por desvarios nos perderam demais.
Mas para refazer a pátria, há que de novo ficar
Plantar de novo as raízes dum Portugal
Que se esqueceu de ser jardim florido
De rosas, de cravos, de papoilas,
Meu olhar no seu rubro detido.
Partir nunca mais!
Canto 2- Anúncio da chegada
Vens de azul vestido guiado pelo voo da gaivota
Que te convida a descansar no leito da praia,
Para que melhor possas olhar o céu.
Num repente ensombras o teu ondular
A gaivota desatina e vem pousar em terra
Na esperança que emudeça o teu escarcéu.
E eu sei apenas que só por te chamar,
Mar! …
Percebo a tua dimensão
No vislumbre das montanhas ocultas no teu corpo
A erguerem-se cobertas de farfalho
Revolto véu branco que te serve d’ agasalho.
És abismo profundo em dialecto de carícias
Quando enrolas na praia, a vaga, ao entardecer,
Bailas ao compasso do vento, num fazer e desfazer.
És sonho, és dor, és acaso, provocador de notícias
Sombra dos que sepultaste, desafio aos vivos,
Que um dia partiram para longe daqui.
Como poderia deixar de gosta de ti (?!)
Se o teu nome basta para me abismar,
MAR!....
Fera cansada
O rugir na noite assombrada
Lá de longe avisando a sua chegada,
[de madrugada.
Canto3-Vai sózinho. Eu fico…
Com cega brutalidade
Acordas azul, envolto na bruma da ilusão.
(e os meus olhos ficam azuis, imensos,
Na febre de querer ir contigo: - navegar).
Vieste antes da palavra
Na rara intenção de provar
A existência da eternidade.
Antes dos tempos tu já eras
Depois dos tempos tu serás.
Nada que eu faça sou eu
O mundo é teu,
De ti todo inteiro; de mim nada,
Mar!
Se eu te chamar não voltes para trás;
Eu sou como o vento na forma incompleta
Vai. Deixa que nele se esvaía meu longínquo apelo.
SF (Março 2011)
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