sexta-feira, novembro 09, 2012


REENCONTRO





Vem Ria!

Corre e vem roubar-me a este desengano

A este silêncio amargo que me entedia,

Tão intenso que o seu «ruído» me ensurdece.

Tenho frio de ver a noite, tenho sede de  ver o dia.


Vem Ria!

Foi no meu mar interior que o rio da vida veio desaguar;

Trouxe no seu ventre o inverno da vida.

 Vejo pessoas como barcos negros a navegar

 Cruzando o breu da noite sem se verem, ou sequer saudar.


Vem Ria!

Traz contigo o vento para varrer as minhas penas.

Quero nele verter as minhas rosas de espinhos

Quero nele sentir o ressoar do meu coração distante

Quero que ele me traga a parte do meu sonho que pereceu.


Vem Ria!

Traz-me o azul para nele embrulhar as recordações

Onde nem tudo, no passado, foi falso

Quero recordá-lo para o volver presente

Trazer para junto de mim, quem está ausente.


Vem Ria!

Oh! Quanto nos afastámos neste verão de dor

Recomecemos, hoje, o nosso inocente amor.

Deixa que este tempo  do não viver, não dura sempre:

Eu vou acordar deste sono falso, deste cansaço aparente.


Vem Ria!

Eu não sonho possuir-te, ser contigo carnal

Não: contigo não quero ser, assim, banal

Quero voltar a ver-te nua, mas não possuída

Quero voltar contigo ao pedaço de vida interrompida.  


SF. Nov. 2012

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