quinta-feira, janeiro 01, 2015






2015
Neste primeiro dia do ano
Abri inquietado
A portada
Para saber se a ria,
Neste ano ainda menino,
Estava aqui ancorada.


A luz é de uma pesporrência
Que fere o olhar,
Em contraste com a indolência
Das águas
Que parecem sair da ressaca
Noturna.


Sonâmbulas as gaivinas
Andam aladas em numerosa multidão
num doce esvoaçar
Sobre o azul da ria,
Que mais do que azul
É ditosa fascinação.
 
 
 
 O dia parece parado
Sem pressa de se adiantar
No calendário do ano,
Hesitante em ir ou ficar,
Mergulhar  na vida em turbilhão
Ou restar, aqui, nesta efémera solidão



Olho para a tela pintada
À minha frente postada,
Não sei que prodígio concebeu
Esta fantástica sinfonia acabada.
Oh quem me dera ser poeta
A descrever esta ditosa madrugada

                  Ria eu não quero ser eu
                  Vivo em função de ser teu.....


                       
SF 2015


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