SYRIZA
Se algo pois, me espanta, é que a votação (37%) que muitos
consideram uma vitória estrondosa, não tenha sucedido com uma margem muitíssimo
mais elevada.
Saber-se se o Syriza vai conseguir aplicar o dito programa é
coisa bem diferente. Por incapacidade sua, ou o mais certo, por oposição cega
da oligarquia, interna e ou externa (de Bruxelas).
Como ouvi pelas entrevistas, o problema pode ser muito mais
grave do que admitimos, se o Syriza não conseguir encontrar receptividade nos
Orgãos Europeus. Então poderemos ter, ali, uma revolução de consequências e
extensão, imprevisíveis.
Assim, este resultado saído de umas eleições democráticas, que
conduziu, pela primeira vez, a uma
vitória de uma força radical da esquerda, no seio da União Europeia, pode ser o
vestíbulo de revolta fratricida.Os primeiros passos serão por isso de elevado risco. A negociação tem de ser conduzida com muita habilidade politica. E grande pragmatismo.
Não sei se a Europa tem dirigentes à
altura para tal desiderato.
Sair…ou ficar….
Numa curiosa entrevista da TSF, a Ferreira do Amaral e a Francisco
Louçã, ficou claro, que, mais do que um problema ideológico, a divida publica não é pagável.
Se por estudos comprovados, tal é claro, porque se teima e se
perde o tempo a fazer de conta que não, que nós poderemos pagá-la?...Quando na vida empresarial tal situação é detectada, o devedor sério – que quer pagar mesmo! – deve apressar-se a explicar ao credor esta situação. E apresentar um programa realista, onde demonstre os proveitos e as despesas de onde sairão os recursos para pagar, mas em tempo mais dilatado. E o credor andará bem, se não quiser perder tudo, não só dilatar o prazo de pagamento, como manter (ou até diminuir os juros).Ora isto é o que deveria suceder no caso das dividas soberanas(muitas das vezes feitas por decisão de incitamento, externo).Se o default for continuado e propagado de País a País, por inevitável, os países, hoje com excedentes, cairão mais tarde ou mais cedo em situação financeira, e depois económica, catastrófica. E a Europa soçobrará.
Curiosamente Ferreira do Amaral (aqui), e outros economistas de renome (lá por fora), começaram a explicar que não é assim tão medonha uma saída do Euro, se negociada.
Porque hei-de estar agarrado a uma
viga de ferro que me vai levar inexoravelmente para o fundo? O melhor é larga-la…e
nadar…
Já ?????
Ouvi hoje, estranhamente, gente próxima do PS (dos outros quadrantes não admiro, nem
critico),considerar (parece que
regozijada) com o pretenso falhanço que foi o da aliança do Syriza com os
Independentes, para formarem governo.
Ora o que o PS poderia, era dizer ao BE, e mais responsavelmente
ao PC, que era assim que há muito por cá
deveria acontecer: encontrar pontos de acordo essenciais no fundamental, e
coligarem-se, ou fazer pactos de governabilidade, mantendo cada um a sua
essência própria.
Não estaríamos como estamos….
SF
Sem comentários:
Enviar um comentário