segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Aviso da Paróquia – 5

"O coro dos maiores de sessenta anos vai ser suspenso durante o verão,com o agradecimento de toda a paróquia”

-------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------
O AMOR

Algo que não sei definir muito bem.
Mas que ao acaso, ao navegar sem rumo certo, à bolina, encontrei nas palavras desse notável panfletário que foi Maia Alcoforado, no seu «Ílhavo Terra Maruja».( n.b- quem não leu ,deve ler)
Ora digam lá se poesia é rimar, ou se não será outra coisa…
-------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------

O Amor!

O avant- propos da história dos ílhavos, foi escrito pelo Amor – talvez V Exªs o não acreditem – é o maior de todos os heróis…Falar desse eterno Herói às mulheres de Ílhavo, é ter de passar em revista os pelotões de lágrimas que o mar lhes tem feito chorar; é ir ouvi-las aos paredões da Barra e às areias da Costa Nova, à hora em que os veleiros de proa ao S.W. começam a marear o pano e a grita comovedora dos adeuses abre chanfraduras de sangue na alma dos que partem e no coração ficam …; é fazer acordar no seio de todos os oceanos, que bordam todos os continentes, as cavernas carcomidas duma multidão de navios, que a fúria das tormentas desmantelou e a guéla hiante dos vagalhões engoliu no meio de risadas infernais…; é ir desvendar os nevoeiros da Terra-Nova, catacumbas do mistério e da solidão, onde jazem mirradas as pranchas dos dorys e os esqueletos dos pescadoresA mulher de Ílhavo só por si é um poema de amor..

(Maia Alcoforado 1932)

--------------------------------------------------
---------------------------------------------------

POESIA versus MURO DE TIJOLO…

Na apresentação do livrinho de João de Almeida, o director da secção cultural de «Os Ílhavos» referiu-se a um conterrâneo que um dia lhe teria dito se pensas que isto de poesia é fazer muro de tijolo a metro…; subentendi que o conterrâneo quereria marcar a diferença – para ele poeta – entre obrar poesia, ou simplesmente (?!), prosa.
Claro que eu compreendo o que o dito quereria dizer ..Muito embora tenha certas duvidas –muitas! - sobre os poetas.Inspiração por inspiração, a prosa é muito mais suada. O poeta faz poesia com um décimo das palavras – o que não deixa de ser uma vantagem – e com uma total liberdade de sugestão. Se quisesse escandalizar – exagerar e glosar – diria que a poesia está para a prosa como a pintura abstracta está para a pintura renascentista. Uma faz-se de um momento, outra é produto de um grande trabalho de escola.
Por isso é verdade(?!) os poetas serem, por norma, preguiçosos…e fingidores
Uns «poetas!..

-----------------------------------------------
-----------------------------------------------

JOÃO DE ALMEIDA-1

(Vista -Alegre a minha terra)

Um interessante livro de memórias, que foi apresentado ,sábado.Ter memória é dar-nos conta dela dum modo singelo, mas amoroso.É q.b.
O livro de J.A merece, pois, todo o respeito. Não é uma obra de história, mas dá-nos o registo de pormenores valiosos. E é, acima de tudo, um trabalho feito com o coração e escrito por alguém que desejou exprimir o viver com solidariedade e em convivência, num mundo que até lhe parece, hoje, ter sido de rosas,e em que participou. Ora um homem que participou deve dizer no que (.) e onde. J.A fê-lo… O livro fez-se perante os gestos de indiferença inexplicáveis… diz V. S. no Prefácio. Inexplicáveis, mas esperados, expectáveis, acrescento eu.
João Almeida lembrou-me o
Um munamuna
Dois rilhós
Três holandês….

Oh! my god…tão longe e tão perto.
Quando se vive numa sociedade vesga e mesquinha é difícil,muito difícil, fazer lembrar que nem sempre foi assim. J.A mostrou-nos outra face desta terra: a que tinha filarmónicas, teatro, mouras encantadas e bispos. Lembram-se? Não?! …então comprem o livro sff
.-------------------------------------------
-------------------------------------------

JOÃO DE ALMEIDA -2

Dias antes da apresentação, li declarações no «Diário de Aveiro», feitas pelo corifeu do regime local. Dizia o troixelo que a Câmara não tinha apoiado o livro porque não se poderia fazer um livro sobre uma empresa privada sem ter desta autorização.
Parecia, pois, que o trabalho de J.A. era «crime» a que a impoluta Câmara-aquele grupo de anj(inhos) não se queria associar.Eu confesso que não percebi o taloca na estridente e opiniosa tarouquice.
Já ouvi muitas coisa parvas .Esta vou registá-la para a história(III).
Ora depois de ler o Livro, das duas, três:

1-Ou o patareco não leu o livro, e opinou como é seu timbre: -de cor e salteado
2-Ou leu; mas como não sabe ler – sim porque isto de ler não é só soletrar consoantes e vogais – não entendeu que o livro de J.A, nada, mas nada!... fala (e quando fala de raspão é só para elogiar) da empresa privada V.A, mas sim e só, da «Vista – Alegre».

3- Ou pois, terceiro e o mais certo:O barnabáu não sabe que foi a Vista – Alegre que deu o nome à Fábrica, e não o contrário.

Tanta ignorância pode ser inexplicável, como diz V S.Já eu diria: - perfeitamente explicável e expectável.

VS tem uma alma de poeta.Eu não...

ALADINO

Sem comentários:

  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...