(Parte III)
Eu e a SRª do Pranto
Com o tempo, veio o
desmembrar da família. Já praticamente só resto eu.
Cada vez mais, me fui
separando do meu sítio. Tenho lá a casa dos meus ancestrais, que tento manter, una. Difícil. E na certeza que comigo ela desaparecerá. A não ser que uma
Instituição promova algo de concreto e e sólido, e a requeira.
Ao visitá-la,
vem-me à ideia o percurso onde me fiz homem – com montes de virtudes e mais
defeitos –, e onde bebi que o gesto de Cristo, de oferecer a outra face, é
lindo mas inútil. A todo o acto de violência, venha de onde, ou de quem vier,
reage-se de que maneira for, mas reage-se. Entre a espada e a parede…a
espada.
Este ano fui observando os
esforços de dar, à festa, uma nova roupagem. Depois de uns anos de escalabroso
e escandaloso, esquecimento, do «troglodita esteves», que no meio da pipa de
massa que andou a desbaratar, nem uns míseros tostões encontrou para a
recuperação do Arco,as gentes de lá de cima encheram-se de brios e criatividade.
Aquele peralvilho, não sabia que o Arco da Srª do Pranto é
mais genuíno, que o encomendado, delirante e fantasioso, brasão de Ílhavo.
Já se foi.Bons olhos o vejam,hoje, cagaréu devotado.
Ora uma Comissão genuína,
ofereceu à parte pagã da festa, uma nova vestimenta.Reinventou o atractivo Surpreendeu-me a ideia e
gostei do que vi, como primeiro ensaio. Pode vir a fazer-se muito mais, e
melhor (!).Estou certo que tal será o desejo da Comissão, com repetidas
experiências.
Parabéns.
E aqui vão imagens garridas de um «novo Cimo de Vila».
Um lugar de gentes diferentes, gentes que surpreendem.
E o ARCO,IMPONENTE, É A LIGAÇÃO DO PASSADO AO PRESENTE.
Os de lá de baixo devem estar a roer as unhas e a pensar ,como os chefes das bandas: e agora o que vou eu tocar?????
SF Agosto 2014
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