Estivemos a um passo de conseguir..
Resta-nos a consolação de termos sido pioneiros à escala Mundial
Tenho seguido com enorme curiosidade e atenção, as noticias do carro eléctrico Renault – Nissan, e acode-me á cabeça o projecto que dirigi e concretizámos, da primeira scooter eléctrica mundial.
Tivemos mais ou menos, há dez anos, as mesmas ambições de solucionar o problema de um veículo limpo. Claro que esta terminologia não é totalmente exacta, pois se o veículo é, de facto, limpo, aquando da utilização, a energia para carregar as baterias, obriga, na mesma a emissões aquando da sua produção.
Há duas questões que me levam a pensar que o grupo vai ter, praticamente, os problemas que nós defrontámos (menos o apoio governamental que nós não tivemos).
Em primeiro lugar a autonomia de 120 Kms, anunciada, é boa mas insuficiente: nós, na scooter, tínhamos 50 km. Comparado com a utilização scooter /automóvel (potência/peso) a nossa solução estaria até mais consentânea com o que se pretende do desempenho/utlização de um automóvel, e ou,de uma scooter. . Só que estas autonomias não são reais, pois dependem muito da utilização e da vida do veículo. E no real, poderemos estimar vinte por cento menos. Num carro é problema de monta.
Enquanto se não alcançarem os 300kms de autonomia teremos sempre dificuldade em impor o veículo. Na scooter se tivéssemos ao tempo a felicidade de os fabricantes de baterias produzirem(na altura) baterias de iões-litio, teríamos chegado aos 100kms.No caso da scooter mais do que suficiente. Corri o mundo á procura de interessar algum fabricante que se propusesse á tarefa .Impossível. A tecnologia de então não o permitia.
Acresce um outro problema: os recarregamentos. Os carregamentos lentos não põem problema de qualquer espécie. De noite há tempo mais do que suficiente para fazer uma carga lenta. Mas e recarregamento rápido, em estrada, põe muitos problemas. Porque é falácia falar em posto de abastecimento capaz de debitar carga instantânea. Para ultrapassar esta questão nós com a EDF (a EDP francesa) abordámos a hipótese de conceber um sistema de gavetas para que as baterias fossem trocadas nos postos de abastecimento de energia. Não é impossível, mas não é fácil.
Estivemos mesmo perto ,muito perto, do registo da história. Todos nós que trabalhámos no projecto admitimos que com m ais apoios tínhamos lá ido. Fomos de longe os primeiros à escala mundial. Tudo o que este automóvel conterá ,a scooter já o tinha: recuperação de energia, indicação nível de carga, gestor de baterias etc etc. Lançámo-nos muito cedo .Mas impunha-se . Mesmo para a Renault-Nissan parece-me cedo. E não sei se não será um Flop.
Eu, depois da experiência recolhida, acredito que a solução do veículo limpo não passa por aqui, mas sim pela motorização alimentada a hidrogénio.
Mas enfim, consola-me o adiantamento de dez anos em relação a todos, mesmo a estes monstros da indústria.
E cada vez com mais razões para pensar que a massa cinzenta (e a capacidade inventiva) portuguesa, bem aproveitada, é genial. Por isso, este caminho das novas tecnologias, é um desafio que, se continuado, nos recolocará de novo a dar cartas ao mundo.
Gostei de fazer o que fiz. Gosto de ver os outros percorrer o caminho que então cheio de ilusões -mas não só! - percorri.
Tivemos mais ou menos, há dez anos, as mesmas ambições de solucionar o problema de um veículo limpo. Claro que esta terminologia não é totalmente exacta, pois se o veículo é, de facto, limpo, aquando da utilização, a energia para carregar as baterias, obriga, na mesma a emissões aquando da sua produção.
Há duas questões que me levam a pensar que o grupo vai ter, praticamente, os problemas que nós defrontámos (menos o apoio governamental que nós não tivemos).
Em primeiro lugar a autonomia de 120 Kms, anunciada, é boa mas insuficiente: nós, na scooter, tínhamos 50 km. Comparado com a utilização scooter /automóvel (potência/peso) a nossa solução estaria até mais consentânea com o que se pretende do desempenho/utlização de um automóvel, e ou,de uma scooter. . Só que estas autonomias não são reais, pois dependem muito da utilização e da vida do veículo. E no real, poderemos estimar vinte por cento menos. Num carro é problema de monta.
Enquanto se não alcançarem os 300kms de autonomia teremos sempre dificuldade em impor o veículo. Na scooter se tivéssemos ao tempo a felicidade de os fabricantes de baterias produzirem(na altura) baterias de iões-litio, teríamos chegado aos 100kms.No caso da scooter mais do que suficiente. Corri o mundo á procura de interessar algum fabricante que se propusesse á tarefa .Impossível. A tecnologia de então não o permitia.
Acresce um outro problema: os recarregamentos. Os carregamentos lentos não põem problema de qualquer espécie. De noite há tempo mais do que suficiente para fazer uma carga lenta. Mas e recarregamento rápido, em estrada, põe muitos problemas. Porque é falácia falar em posto de abastecimento capaz de debitar carga instantânea. Para ultrapassar esta questão nós com a EDF (a EDP francesa) abordámos a hipótese de conceber um sistema de gavetas para que as baterias fossem trocadas nos postos de abastecimento de energia. Não é impossível, mas não é fácil.
Estivemos mesmo perto ,muito perto, do registo da história. Todos nós que trabalhámos no projecto admitimos que com m ais apoios tínhamos lá ido. Fomos de longe os primeiros à escala mundial. Tudo o que este automóvel conterá ,a scooter já o tinha: recuperação de energia, indicação nível de carga, gestor de baterias etc etc. Lançámo-nos muito cedo .Mas impunha-se . Mesmo para a Renault-Nissan parece-me cedo. E não sei se não será um Flop.
Eu, depois da experiência recolhida, acredito que a solução do veículo limpo não passa por aqui, mas sim pela motorização alimentada a hidrogénio.
Mas enfim, consola-me o adiantamento de dez anos em relação a todos, mesmo a estes monstros da indústria.
E cada vez com mais razões para pensar que a massa cinzenta (e a capacidade inventiva) portuguesa, bem aproveitada, é genial. Por isso, este caminho das novas tecnologias, é um desafio que, se continuado, nos recolocará de novo a dar cartas ao mundo.
Gostei de fazer o que fiz. Gosto de ver os outros percorrer o caminho que então cheio de ilusões -mas não só! - percorri.
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