Encolhi as asas …e continuei.
Saí de um sonho.
E nesse bonita pompa de sensações
Olhei pela janela
A contemplar, espantado, o voo de uma gaivota,Na curva que deu para vir ter comigo.
Via-a (!),
Asas esticadas, tinha na ponta de uma, o azul do firmamentoE na outra, o azul riscado da ria.
Já acordado, espero como ela agachado,
A chegada do ocaso arroxeado,
Para no crepúsculo esconder as amarguras
De ser um barco à deriva, perdidas as amuras.
No sonho voltei por momentos a ser criança
A pensar que a vida é sempre azul
Que no azul só há «penas» brancas.
Estremunhado, despertei :
A minha vida foi um vale de lágrimas,
Seco (!),
Porque nela raramente chorei
Apenas encolhi as asas…e continuei.
SF (Fev 2013)
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