sexta-feira, fevereiro 08, 2013





Encolhi as asas …e continuei.

 
Saí de um sonho.
E nesse bonita pompa de sensações
Olhei pela janela
A contemplar, espantado, o voo de uma gaivota,
Na curva que deu para vir ter comigo.
Via-a (!),
Asas esticadas, tinha na ponta de uma, o azul do firmamento
E na outra, o azul riscado da ria.
Já acordado,  espero como ela agachado,
A chegada do ocaso arroxeado,
Para no crepúsculo  esconder as amarguras
De ser um barco à deriva, perdidas as amuras.
No sonho voltei  por momentos a ser criança
A pensar que a vida é sempre azul
Que no azul só há «penas» brancas.
Estremunhado, despertei :
A minha vida foi um vale de lágrimas,
Seco (!),
Porque nela raramente chorei

Apenas encolhi as asas…e continuei.

SF (Fev 2013)  

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