CAPITAL SEC.XXI
Lidos diversos artigos em revistas estrangeiras, referindo o
«Capital no Séc.XXI», de Thomas Piketty, apressei-me a mandar vir de França (onde
está já disponível), um exemplar do livro.
Volto assim ao «Capital».
As primeiras leituras, era ainda rapazinho muito moço. Frequentava
os primeiros anos da Universidade, e já me embrenhava no «Capital» de Karl
Marx. Consegui, então, duas edições(proibidas), que guardo ainda. Aprendi
muito com a sua leitura. Claro que me induziu a outras leituras, levando-me aos Troksty, Lenine, Rosa Luxemburgo,e muitos outros ideologos
comunistas. Como não poderia deixar de ser,quase me tornei um fervoroso adepto do materialismo, histórico e dialético.
Sol de pouca dura,logo que visitado in locco o sistema.Marx não teve culpa.E da teoria à aplicação, as
veredas são tortuosas.
Deixemos Marx por ora...muito embora sem esquecer o que a sua genialidade ensinou.
Li (já) as primeiras cem páginas do «Capital no
Séc. XXI».Desde logo impressiona
a simplicidade da explicação de problema tão complexo.O autor é
extremamente escorreito e didático, nas explicações, fugindo, de todo,de conceitos abstractos. Basicamente,
o autor, interroga-se :
1-A repartição da riqueza,a acumulação do capital
privado,conduz inevitavelmente a uma
concentração,da riqueza e do poder, em uma parte (muito) exígua da população,como
afirmou Marx?
2-Ou será que as forças equilibradoras do crescimento conduzem a uma
redução de desigualdades, e consequentemente, a uma harmoniosa estabilização nas fases do
desenvolvimento?
De interrogação a cada parte deste
multiplo problema, Piketti vai-nos dando resposta,fundamentada, nos dados observados, de 1700, para cá.
Para já, e nesta fase iniciática de leitura, o que mais me desconcertou foi:
- O
crescimento médio da produção por habitante,de 1700 até 2010, não ultrapassou
uma média de 0,8%, por ano.
- O
crescimento do PIB,terá sido de 1,5% - max. 2%,e é praticamente impossivel
,esperar crescimentos maiores.
Logo se percebe do interesse deste livro para uma Europa que
fecha aos olhos a uma realidade histórica.
E como vamos nós lidar com a nossa divida publica,
com taxas de crescimento impossíveis ? (para lá de uns hipotéticos max.de 2%).
SF
PS-O livro só chegará a Portugal ,prevê-se no
final do anos.
Aos amigos
interessados,aconselho ,vivamente,a sua aquisição na versão francesa (ou
inglesa) na Amazon.
Sf
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