quinta-feira, agosto 30, 2007

FAÇAM MELHOR …POÇA !...


Pessoa amiga, e atenta ,chamou-me a atenção para uma enormidade que eu teria dito em público ,quando retorqui à simpatia excessiva de A.R. –mas também critica – e me elogiava(?!)os escritos –o que eu detesto por não o merecer de modo algum.

Claro que ele era de opinião que eu deveria ser mais liso ,mais rápido de leitura, mais sincopado .

O que não sou , nem quero ser –embora até o saiba fazer, acreditem –como há tempos o demonstrei numa brincadeira .Mas eu gosto de ler um texto com rodriguinhos, se assim o quiserem apelidar. E inventar ou evocar ,palavras adequadas e fortes .A nova escrita ,não me cativa .Para isso bastam-me os SMS.

Ora eu teria dito que “quando escrevo – escrevinho leia-se – me estou marimbando para quem vai ler .Eu estou tão só a dar satisfação a um gozo intimo, meu» – disse então ,pondo fim à arenga .
Parece que caiu mal. E compreendo que até tenham razão.

Mas o que as pessoas não sabem é que muita coisa, faço-a só para mim. Hesito por isso ,muito (!), antes de a publicar .Não porque tenha medo das apreciações .Não ,não tenho. .Mas aquilo foi feito só para mim, e julgo não interessar a mais ninguém.

Isto levou-me ao «Blog», e a deixar de ,por vezes ,levar os escritos ao Jornal, o que fazia com alguma frequência .Assim – no«Blog» -, só me lerá quem o procurar, e não por lhe ter ido parar às mãos , embrulhado com outros .De outro modo poderia ser induzido, a … .E eu não quero. Gosto de conquistar. E quanto mais difícil a conquista –ou a improbabilidade do êxito - mais ela me motiva, e me aguça o engenho (e a arte ,mesmo se pouca …)

Mas a ninguém lhe passe pela cabeça, que é por complexos .
A esses atirarei com a opinião de Marcial (porta romano de qualidade ) no preâmbulo dos seus epigramas :

“Se algo Te parece nestas páginas ,leitor ,ou muito escuro ou pouco latino,o erro não é meu .Fê-lo o copista com a pressa de levar os versos até ti .Mas se crês que não foi ele, ,mas sim eu ,quem caí em falta então eu creio que Tu não tens nem ponta de inteligência ..«Mas estes versos são maus ?!».Como não ,não nego o evidente !Estes são fracos ,só que Tu não os sabes fazer melhor !..”.

Nos preâmbulos do que fiz - detesto prefácio de estranhos já que ninguém tem mais consciência do que fiz ,do que eu próprio – tento induzir aquela ideia ,a do dito poeta.

E assim ,desafiando :

Façam melhor ,poça!


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UM HOMEM SEM DIPLOMA ...É COMO AVE SEM VOOS


Uma diplomada da nossa praça -tal como R.E - ,acha estranhas as minhas qualificações para esta vida, em que diz, eu agora ,dei! Ainda bem que dei nisto; porque há coisas muito piores. Acreditem eles.

Àquela doutora ,apetece-me contar :

«Naqueles tempos (II sec d C) começaram a aparecer os escribas que eram «diplomados» .
Assim, aconteceu ,que o «diplomado» Petaus foi exercer para uma terra longínqua ,substituindo um outro que regularmente fazia essa tarefa –Isquirion- ,que não tinha qualquer diploma, e foi ,por isso despedido .
No papiro em que outorgava um negocio ,ou outro trabalho ,o «diplomado» sempre que outorgava “Eu Petaus ,o escriba diplomado da aldeia …» nunca o fazia correctamente , com as mesmas letras .
Porquê ? : perguntar-se-à ..

A razão de tal comportamento era o facto de o «diplomado» só saber escrever o seu nome ,o que julgava, lhe permitiria afirmar-se « que sabia escrever ».O resto ele só sabia ,era copiar, que foi o que lhe tinham ensinado na Escola.
A população indignou-se e exigiu a volta do anterior iletrado ,que esse ao menos ,sabia um pouco mais do que assinar o seu nome»

Curiosamente :

Na minha longa e excitante carreira de engenheiro, observei dezenas de engenheiros que deveriam, era ir cavar batatas, e esconderem o diploma, imerecido .E auscultei centenas de «mestres» de engenharia ,que com a quarta classe ,só lhes faltava o Diploma para se intitularem: - «engenheiro de facto» .Por isso ,respeitando-os e incitando-os ,aprendi muito com eles .Na Universidade ,só aprendi a ter a consciência de que nada sabia .E que de lá saído ,tinha de, diariamente, voltar aos livros ,se quisesse ser diferente .E eu ,desde o dia em que dali saí ,queria-o ,de facto .Foi o que fiz ,porque eu não queria ser só engenheiro no «cartão de visita» .

A propósito: - nunca mandei fazer cartões onde indicasse o titulo .Só «Senos da Fonseca».
Com o titulo ,era a Empresa que se encarregava dessa vaidade.

Alguém me chamou, um dia a atenção para essa falta social ,para esse fundamentalismo. Respondi :

-«Raios ..se ao fim de cinco minutos de falarem comigo ,não perceberem que sou Engenheiro, então mais vale mudar de vidinha.

Aladino

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