A Diáspora dos «ílhavos»
Desde já ,e em definitivo, mesmo que o titulo prometesse muito e o concretizado ficasse muito além do desejável ,a atitude é ,em todos os casos ,de enaltecer .Pontapé de saída para mais altos voos .Se…
70 Anos do Museu
1- O discurso de Álvaro Garrido, bem construído e melhor transmitido ,deixa, por isso –porque foi pensado - várias interrogações .
Terá o actual Director do Museu uma ideia clara sobre a necessidade de não funalizar demasiadamente a sua figura e acção ,face á necessidade de ser apenas, mais um ,do grupo ,mas não de todo o «argonauta» que parece ter descoberto «o inconhecido»?
Começa a instalar-se no meu espírito a duvida .
Tiques, ou assumido posicionamento ?
Distinguirmo-nos é um direito .Mesmo se pelo lado errado .Mas não pelas palavras ,por mais bonitas que sejam. Mas sim pela humildade de, reconhecendo o que os outros fizeram ,pretendermos fazer melhor .E fazê-lo …não dizê-lo .
Há coisas muito positivas na acção do Director. Mas por vezes dá-me a ideia de um certo deslumbramento –que alguns desejam aproveitar -parecendo mais preocupado com a sua afirmação pessoal ,do que em dar resposta e sentido à integração do Museu na comunidade local.
Cosmopolitismo ?
Seja…
2- O discurso do Presidente dos Amigos do Museu ,lança algumas pistas preocupantes .
Só que eu ainda não percebo - de todo !-o peso institucional deste grupo. Eu – filho de um dos primeiros presidentes do mesmo –contínuo a não perceber -bem -, o que é o folclore deste tipo de agrupamentos ,que pouco ou nada reivindicam do seu peso histórico. E a quem ,ao que parece, só distinguem por enfado.É nítido .A questão da sustentabilidade do Museu ,deveria ser escalpelizada ,senão ,qualquer dia, temos por aí um Berardo, ou quando muito um «Irmão dos Cavacos» a gerir o Museu E uma coisa é ser amigo do Museu ;outra ser amigo –ou só conhecido- do «Berardo…»
Na cisão do Museu com o passado , qual foi a responsabilidade da A.M.I?
–gostaria de o saber ….
3- O discurso do Presidente da Câmara ,foi patético ,ao enviesar para um comício de propaganda politica ,já com alvo definido para 2013. Ele o disse e assumiu.
Teve dois pontos indeléveis
3-1- É inquestionável –disse !- o erro dos que pretendiam que o Museu não estivesse ali ,mas noutro local.
É profundamente estranho que um individuo que se assina – ainda que só! - com formação de engenheiro ,tenha esta estranha leveza do ser sobre o Q.E.D.
Ora eu penso claramente o contrário:- Foi um clamoroso erro ,construir, ali, o Museu .Um erro crasso !.Uma oportunidade falhada.
Porquê?
Porque todos os centros que têm a felicidade de possuir espelhos de água perto ,levaram para junto deles –ou até os puseram sobre eles – os Museus de cariz marítimo .Raios !...,se o não fizessem ,então mais valia fazerem-no na Serra da Estrela ,nas Alpes ou nos Himalaias, e lá colocarem um óculo para ver o mar por um canudo.
A vacuidade da afirmação ,é pois, atrevida .
Um dia a asneira em Ílhavo , será corrigida ,não tenho sobre isso a mais pequena duvida. Quando o tempo chegar .Porque ao contrário do que foi dito ,o Tempo ,ainda não chegou ao Museu.
Entende Sr Presidente?
3-2- O cosmopolitismo –versus provincianismo - se é traduzido por actos como aquele da compra do «lenço» de Júlio Pomar :
-Vou ali e já venho.
3-3- Aquele «aviso» misturado na trapalhada da golfada das palavras sem nexo ,pareceu indiciar o caminho da privatização do Museu .Eu assim o pareci entender .Seria mesmo isso? Vender a cultura aos retalhos? O caspité do Presidente ,que disse por isso ter tomado as rédeas do Pelouro da Cultura ,é delirante.Habituado a vender, se preciso for, a alma ao diabo, não me espanta.
Mas , tudo bem, adiante …até 2013…
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Propriamente a Diáspora
Com pompa e circunstância ,foi aberta a «Diáspora» .Verdadeira caixa de Pandora ,se esmiuçada …
Uma primeira visita à mesma , serviu-me para estrito gozo pessoal, apreciando-a sem olhos críticos . .Não sei ao certo , mas havia ali algo de conivência .Gozei a sensação, deliciado .Sorvendo-a, sem lhe tomar o paladar.
Voltei então segunda vez , agora para lhe conhecer «o toque» .
Vejamos :
1- É claro ,é evidente -só um ceguinho não vê, mas sente-o - que a tacanhez da única sala de exposições periódicas do Museu , demonstra clara e inequivocamente ,o desajuste funcional do projecto do Museu. A Arquitectura do Museu pode ser boa (?!) ; funcionalmente a resposta ao caderno de encargos , é um desastre .Mesmo numa pouco ambiciosa e limitada exposição ,as coisas atropelam-se, e tem de se ter ginástica para lobrigar as legendas para navegar sem encalhar nas peças.
Serei excessivo se disser que o anterior Museu do Arq. Quininha, era, até, mais funcional ?!.
Muito embora a diferença no tempo não exija comparações no estilo. De La Palisse .
2- Não entendo -e não desejava lobrigar - alguma falta de rigor que detectei na exposição , evidente no conteúdo ,e até grave, em omissões evitáveis. Em Ílhavo – refiro-me por exemplo a Ana Maria Lopes –haveria pessoas capazes de as repor no cardápio .Isto de capelinhas não conduz a nada de bom .Investigar não é ler .É acima de tudo exercer juízos de valor entre o essencial e o acessório ,para relevar aquele . A exposição contém muitos pecadilhos originais e nada releva de novo, perdendo-se por omissão o mais importante : a dimensão da saga .Sob o ponto de vista do enquadramento humano .Falta lá a gente!....
Mas um grande passo .Que apreciei e aplaudo ,no geral .E isso é o mais importante, diga-se o que se disser.
Felicito, pois , todos os que deram o seu melhor para no-la oferecer.
Está ou não ali esboçada uma história de« um irredutível povo da beira mar que só tinha medo que o céu se zangasse »?!...
E serei ofensivo se perguntar :
quando é que esta parte tão importante da nossa história colectiva, é definitivamente integrada no Museu –como ? ,quando ? aonde ?.
Ou será que aquilo serviu ,para só e apenas, tapar o Sol com a peneira.?..
Não ouvi nenhum sinal que me tranquilizasse.
E eu gostaria que finalmente se começasse :
«ERA UMA VEZ ….»,
em vez de se insistir em contar, apenas –e só -, o epílogo da mesma.
Aladino
domingo, agosto 12, 2007
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