quinta-feira, agosto 09, 2007

FAINA MAIOR

Agora é tarde .

Outros contam a história que escreveste

E chamam-lhe sua .

E Tu que calçavas as botas e cerravas os punhos

Marinheiro que o sonho abençoara

E partias depois de beijar teu filho,

Ficas a ouvir a história das «estórias» que lhe escrevias

Que não falam da tua inquietação, de então

Terão pão?

E não falam do teu sofrimento, no momento ,

Terão alimento ?

E não falam da tua alienação quando em vão

Andavas,sózinho, perdido na imensidão.

Ninguém explica a dor sombria que então sentias

Naquele lugre carregado de medos ,

Sabia -se lá se haveria humanos regressos ?!


É por isso que clamo pela tua presença

Queria reunir os destroços que sobraram

E dizer aos contadores da tua história imensa

Que era o medo quem fazia os heróis

E toda essa imensidão de bravos,

Que sonhavam, sofriam e choravam

Só para que os seus filhos não fossem,

Eles também,

Os novos escravos…

Senos da Fonseca

Agosto 2007

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