CINZENTO É QUE NÃO…
Tudo em mim, é preto, ou branco.
Parece que desconheço o cinzento,
Pois o sonho impede-me de dizer, talvez .
Ando sempre á procuro do tempo
Onde me debato, à vez
Entre a afirmação, cruel momento
Que me diga estar ainda vivo,
Ou na ausência, apenas adormecido
Dou a minha voz à revolta.
Não entendo a vida envolta em névoas.
Por isso ateio o fogo onde m’imolo,
Errante, na procura da verdade sem tréguas
Propondo-me levá-la comigo, ao colo.
Nunca sou só eu ; mas eu e os outros,
Pondo os olhos de sonhador, até bem longe
Não para ver o que não sinto ; mas para me sentir
o outro
Que olha ,olhando não só para a esperança ,mas para o grito.
SF
21.10.2007
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