quarta-feira, outubro 31, 2007

Esquecer de Te amar


Olho o mar como olho para ti , pretendendo ir tão longe

Que perca o olhar no desvendar da verdade da tua carícia.

Sinto –me perto e logo longe ,tão longe como me parece estar a tua ausência.

Quando a vaga vem, lá de longe enrolada, desfazendo-se em farfalho

Parece trazer –te no regaço , deixando-te de mansinho envolta em mil flores silvestres

Adormecida na areia ..

Já a maresia, os búzios enroscados, as conchas doces e as algas te envolvem e prendem

No areal dourado, o teu corpo abandonado

De Sereia

Para que possas sentir o sol pousar sobre o mar azul, inundando-o de vermelhão,

Lembrando um campo de papoilas loucas, ondulando ao vento , tão longe que o meu

Olhar não apeia.

Corro a aconchegar-me a ti ,no contacto com a tua frescura, ansioso de ouvir tudo o que

Ecoa e me enleia:

As marés que trazem os búzios, as conchas e as pedras a rebolar ,alertando-me os

Sentidos, prendendo-me na teia..

Enquanto os meus lábios já gretados aspiram o salgado do vento que nos enlaça.

Com eles beijo os teus seios de onde se soltam gotas escorregadias

Da água azul do mar

Mergulho a minha face nos teus vales, ou subo ao alto das tuas serras ,até que saciado,

Procuro um lugar de refugio ,fundindo-me no teu corpo,

Fixando o horizonte para nele encontrar a linha imaginária onde está escrito

Nunca me esquecer de te amar.

Senos Fonseca


S.F

Outubro 2007

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