segunda-feira, outubro 22, 2007

MUSEU 1



Decorreu no passado fim de semana ,uma espécie de Congresso Museológico ,integrado nos 70 Anos do Museu de Ílhavo.. De aplaudir, a ideia.
Claro que apenas interessava aos profissionais. Estive lá apenas como curioso .Mas a curiosidade não implica não ter opinião.

Nesta posição ,posso ser franco: o que me foi dado assistir não primou pela qualidade .Muito menos pelo debate, que se disse ser pretensão, se convertesse o fórum .O próprio formato não o permitia .

Parece contudo –eu não assisti a todas as intervenções –ter havido outras bem mais interessantes. Ainda bem .Pena minha ter pouca pontaria

Uma das intervenções a que assisti levantou uma questão que me parece sumamente interessante :-como influirá a globalização na estrutura museológica? .Vi espelhados alguns medos que me parecem discutíveis. Uma coisa me parece já evidente :os museus entraram na sociedade de consumo como um produto de oferta turística, que por isso justificam investimentos cada vez mais significativos, porque têm retorno tangível . (está definitivamente na moda ... a palavra). Por outro lado, as novas tecnologias, criaram uma facilidade de acesso, antecipando o que se vai ver ,ou, criando a expectativa do querer ver em imagem real o que se viu em formato digital..

Qual é, então, a resposta da arquitectura dos espaços dos museus a este novo desafio? Museus que chamem pela espectacularidade da sua arte arquitectural - ela mesmo a mais apelativa-,ou que atraiam pelo seu conteúdo?
Julgo que isso depende ,um pouco, de estarmos perante um Museu permanente ,de memórias públicas, locais, ou um museu de passagem , de «consumo» de cultura diversificada.

O que me parece é que, cada vez mais, um Museu de memórias, não deve ser um shaker.

Mas todas as memórias são para guardar .Isso sei-o .

As memórias identificadoras das gentes da minha terra mereciam ser todas acolhidas (Madahil assim o pensava) , só que cada uma delas em seu sítio e da forma adequada,penso eu. Porque poucas memórias colectivas terão tamanha diversidade ,e tão grande singularidade, no ter sido, como a nossa.

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Museu 2

Diáspora dos «ílhavos»

Foi apresentado o catálogo versando a exposição da Diáspora .

1) De enaltecer o registo ,Trabalho positivo, corrigindo o esquecimento que já era tempo de recuperar.
2) Mas o catálogo é muito mais do que um mero registo da exposição .Foi-se muito mais longe ,e aí, faço(alguns) reparos .
O conteúdo do mesmo é severamente discutível .Se escrito por privado :- tudo bem .Cada um é livre de opinar.
Mas sendo expressão institucional –e do Museu !- haveria que ter cuidado e alguma reflexão.
Trabalho de investigação .Não !---clara e inequivocamente .De colagem, sim!

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Museu 3


MUSEU COM HISTÓRIA


Um belo livro ,bem editado ,e cujo conteúdo, numa primeira leitura–hei-de revisitá-lo- me mereceu generalizada aprovação.

Pouco me importa –ou importa aos outros –que num ou noutro pormenor, não concorde inteiramente com o seu conteúdo .Mas num primeiro contacto, acho que o trabalho foi muito bem conseguido pelos autores.

Adiante :

Na apresentação do livro , aconteceu um mau momento .Evitável se houvesse tino…e contenção nos propósitos.

O sr Presidente da Câmara ,num habitual discurso de circunlóquio de feirante ,despejou fel q,b, a tudo e (quase) todos .

O Museu –dix - só existe «depois de ….».Não há antes . Há só depois…da era R.E.

Ao considerar que a história do Museu só se inicia ,depois de …,seja qual for o momento escolhido para a fixar ,o Sr Presidente é ingrato ,insultuoso ..ou ignorante.

O Museu tem uma história para a qual muitos –e cada um com a sua quota parte - contribuíram.

O Museu sem estar ainda politizado -e pago por todos nós com orçamentos chorudos -era antes de… fruto do esforço e imaginação –e competência –de uns tantos.

Não envolver naquela hora todos - sem excepção -, no mesmo elogio ,é chocante.

Até porque estava presente entre a assistência, um dos Directores que maior importância teve no desenho e concepção – e prestígio - do perfil museológico que hoje o Museu exibe, e pelo qual é conhecido. Aliás, da leitura do « Museu com História» ,percebe-se isso perfeitamente . Incompreensível pois, o dislate.Para que serve a história ,apetece pergun tar ? Para que se gastou dinheiro no livro ,se a história se resume a seis anos?

Comparar os tempos de hoje –onde se gasta a rodos, empenhando os anéis –com os de antigamente, é erro crasso .Porque se quisermos fazer comparações de competências, a questão fia mais fino .
Mas o dia não era para dar classificações imbecis «à Marcelo».Não !...nada disso .O dia era para envolver - todos! -, num agradecimento, como aliás o livro parece fazer.E fá-lo bem .

Temos muito orgulho no Museu , e, mais ainda, na história de que nos fala ;e daquela de que ainda nos não fala, e que um dia há-de falar .

E temos muito orgulho nos «ilhavenses» -em todos! - que o tornaram uma realidade, a quem o esquecimento do Sr Presidente ,na verdade, não aquece nem arrefece.
A mim a ingratidão incomoda-me .. quando exercida para com os outros….

Pouco me interessam as histórias intimas , proibidas ,da estória do Museu, que insinuou repetida e exaustivamente conhecer-Palavreado cujo alcance não se entende,porque repetido á exaustão .Se são intimas ,guarde-as…,tenha tino na verborreia…

O que a morte tem de mau, é o não podermos vir cá repor a verdade – exacta! - de como foram «as coisas».

A imagem que o Museu vende hoje – e bem! – foi arquitectada ,sistematizada, recriada e iniciada por um dos seus Directores (Directora ) do antes de ..O livro é, felizmente , largamente esclarecedor desse facto. Todos nós que temos memória, o reconhecemos-e o sabemos -, gostemos ou não da pessoa.O menos importante, nestas matérias .
Uma feliz parceria –irrepetível – materializou a ideia que aquela Directora arquitectara. E foi dessa escolha de caminho, que ficou definido o perfil museológico que hoje se promove e vende. Óptimo, pois .Envolvamos os dois que a tornaram possível, no mesmo elogio.


O Sr Presidente tem inimigos de estimação .E não os esquece .Sabíamos isso…

Mas nisto ,não o advinhavamos…


Aladino.

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