sexta-feira, março 28, 2008




SOMOS PORTUGUESES E BASTA… (2)


Fustigamo-nos, continuamente, flagelamo-nos seja em tempo de Paixão, seja fora dele. Sem ter do exterior um olhar crítico (o que se aceitava quando encerrados no Salazarismo, mas incompreensível quando hoje convivemos num mundo global da sociedade da informação), fazemos de um mosquito que nos cai no olho, o alarido de que, afinal o que nos atingiu foi, certamente, um elefante. E tanto chocarramos essa distorção que perdemos o espírito critico para nos interrogarmos se os elefantes voam.

1- Caso do vídeo

Já me entrou portas adentro, centenas de vezes. Desde há quatro dias que mesmo em zapping, não lhe consigo fugir. Estou farto da vulgata.

Com ele se deu a ideia que era algo de inédito, virgem, merecedor, por isso de repetição até à exaustão.Só por hipocrisia é que poderíamos vir clamar a ignorância sobre um fenómeno que começou há já muitos anos, e que se vulgarizou, aceite em silêncio por uma Escola (tudo que a compõe, note-se, não apenas e só os Prof’s) comodista, apática, permissiva e ausente. De que ouvimos falar continuamente e de que todos os que têm familiares na Escola, conhecem a imagem de cor e salteado.

Ora a meu ver, o problema – e isso é que deveria ser discutido – é exterior à Escola.
Mais: é comum – vulgar! – em todos os Países que não souberam superar os efeitos nocivos da sociedade de consumo.
Aos alunos antes da idade escolar falta educação, porque os pais também já primam pela ausência dela, e porque à medida que o tempo avança, essa carência se vai sentindo com mais acuidade, avança exponencialmente.

Comos Pais entontecidos pelo consumismo – valor (?!) que os miúdos interiorizam rapidamente – vive-se só para a posse, seja a que preço for. A posse sem limites e ou freio ou barreiras. Tudo parece lícito, quando feito em seu nome. Agregados familiares rapidamente desfeitos, porque o sentido do usa e compra um ultimo modelo, se transfere para os afectos, desfazendo-os, pulverizando-os, toldado o espírito pela paixão de um punhado de novos pixels, ainda que poucos e nem sequer testados. Os miúdos ensarilhados nesta mudança continua – e continuada – ficam entregues, desde muito cedo, a si próprios, vivendo isolados com – e para – os seus gadjets. Brincando sós e até sem amigos, porque os amigos que hoje criaram com os seus Pais, mudam em pouco tempo e aparecem os novos amigos que os novos pais lhes trazem porta adentro, numa rebalderia que parece não ter fim. Afectos ,foram-se...


Aladino

(PS: Durante o tempo (20 min ?!) em que escrevinhei o que fica dito acima, o vídeo passou meia dúzia de vezes.

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