segunda-feira, janeiro 14, 2008

10 Anos de Mudança…

Para pior ,claro.

Mas tendo comparticipado com a minha quota-parte para a edição do folheto, entendi que deveria ir buscar o meu exemplar. E fui.

O autor que ora se estreia nestas lides, apesar de ter tido uma proposta de7.500 € para «obrar» -disse - o na apresentação de «A OBRA»- preferiu que fossem os seus conterrâneos a pagar o desvairo. E tem razão! Talvez nos fique mais barato. Pois o solícito editor, das duas, uma :

«ou já comeu ou estava a preparar-se para comer».

O Blog nunca se eximiu a comentar estes acontecimentos. Jamais !

E por isso,o Blog, fez o que certamente a maior parte dos comparecentes não fez, nem fará !...: -leu «A OBRA» de fio a pavio.

«Bamos lá à bida»

Gostei da apresentação. Não se poderia exigir mais. Garantiu –M.C dixit -que o livro estava desde há muito pensado (?!). De tal modo que, no ultimo Domingo, “ás duas e meia da manhã” o autor quis introduzir, certamente novos pensamento, e, para o efeito, contactou a apresentadora, mesmo àquela hora –D. Conceição dixit - para o fazer. Pensamento pois, da última hora,que quase sempre não é assisado. Enfim .. .
D. Conceição aproveitou,ainda, para esclarecer um grande segredo que anda aí na boca do mundo,em vias de se tornar revelaçãode interesse nacional:- “ não ser verdade o que corre por a, de que o dia para o Eng. Ribau Esteves ter 48 horas. Não!- dixit M.C.- “ele tem, mas é, 56 horas”.

Palavra aqui não percebi.Há aqui uma diferença de oito horas que me baralham. Ou se quiserem: - faltam 16 horas, que me escapam….A razão, confesso não a perceber. Distracção da D .Conceição?
Estávamos numa de revelações,espantosas .Por exemplo:- fiquei a saber que o sr presidente tem 96 brancas.

Adiante …

No folheto -logo no prefácio - há pérolas literárias inseridas pelo Sr Presidente da Assembleia Municipal, que emprestou a sua caneta «À OBRA», obrando,assim :

Esta viagem, -diz ! o sr P .A.M - foi muito bem preparada .O presidente da Câmara reuniu-se de um corpo de marinheiros indispensáveis (?!) …

Outro a fazer história de si mesmo, para lá de …Adiante ...adiante
Continuando na ante face de, «A OBRA»

Foi tempo de mudança (…) Toda a dinâmica autárquica foi norteada por uma lógica de um município integral (?!)….. completado com as iniciativas de comunicação com a população ,nomeadamente a agenda (..)do boletim (…) do site.
Este (?!? foi um factor determinante para o desenvolvimento que Ílhavo conheceu nos últimos dez anos…,

E remata o sr P.A.M:
(….)A claustrofobia (?!.....) do Terreiro do Paço deixa o País ….

(OH! OH! …Então não quereria S.Exª dizer precisamente a falta da mesma ?!)

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E agora «bamos lá com deus», ao conteúdo de «A Obra».


Enfronhemo-nos na peca literária

Diz o autor(R.E.) :

Às pessoas que lerem o livro, fica o meu agradecimento por esse gesto principal(?! )que justifica esta obra sobre a Obra (sic).

(fica bem a duvida, que é a do saber-se se alguém lerá «A OBRA». Eu li-a …pelo que aceito desvanecido o agradecimento.)
Assim mesmo…Quem obra assim, não é preso!...

Continuemos a leitura, cantando e…rindo:

(…) aos cidadãos do meu querido Município (..)fica um eterno gesto de agradecimento a todos por todas as partilhas ,e um abraço especial aos que partilharam comigo gestos

(eu também ajuntava um gesto, a tantos gestos: ESTE!...:-queiram V senhorias imaginá-lo)

Bem ;se isto é logo na primeira página ,razão tem o autor para duvidar que alguém vá até ao fim ,e leia ,esta versão da ESTÓRIA contada às criancinhas, pelo autor.

Sacrifiquemo-nos um pouco mais :

Nestes últimos anos ,as decisões do Governo têm tido a coerência estrategicamente definida (…) o que acontece ao contrário da lógica de maturação de uma democracia…
(…)
A determinação foi apanágio da Presidência ,(…)concretizada pela atitude pró-activa ,pela OBRA realizada(….) assente no compromisso sério e na garantia da OBRA feita.


Ou ainda, mais adiante,

O slogan “O mar por tradição”,que encerra em si e em simultâneo ,a referência ao passado de profunda ligação (…)ao mar, assim como uma perspectiva de futuro apostada em manter o mar como referência …e centra ainda mais a aposta de diferenciar o município na sua relação com o Mar.

E logo à frente,

..a cultura económica do bacalhau ,por tudo o que representa de património histórico
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(um momento que vou ali e já venho…depois do que li, outro remédio não tenho)

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Antigamente os nossos reis contratavam cronicadores para lhes fazerem o exalto.
R.E. mais democrático ,exalta-se – e de que maneia delirante !-a ele próprio, mas fá-lo de uma forma completamente desastrada. Cada página, cada exemplo de frases tolas sem sentido ,palavras que se ajuntam ,grandiloquentes, mas sem nexo.
Ninguém,dos que foram pró-activos naquela chachada estão isentos de culpas.
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Mas se a forma é, assim, indigente, o conteúdo chega a arrepiar.

O estoriador não diz que recebeu a Câmara a abarrotar com 500.000 contos no cofre (dois milhões e meio de Euros!) da presidência anterior! Não isso não faz parte da estória. O «estoriador» é pouco(?!) honesto!

Mas diz que recebeu a FUNDO PERDIDO - 15.000.000 de €.
E do Estado, mais 1,3 milhões de €.

Ora como a dívida da Câmara de R.E, já vai em cerca de 40 milhões (!!!)€, não conseguimos descortinar, na croniqueta, para onde foram estes 60 milhões de Euros ( se pensarmos que a somar àqueles, há que somar a receita corrente do Município).Para tão pouca OBRA , obrada, como mostra nas fotos?
Haverá para aí alguém que explique?

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“O sr engenheiro espalhou o folheto ,gratuitamente .Foi um acto de consciência; porque o papelucho vendido ,mesmo que por dez cêntimos, seria uma fraude escandalosa.;e ainda de graça é uma embaçadela à curiosidade pública, à qual o folheto é dedicado. Como justificação da sua vaidade patega ,é diagnosis patente, uma assinalada lesão em qualquer bossa de primeira grandeza”

Não !..claro :- as palavras não são minhas .
Era assim que Camilo tratava as imbecis protérvias que chafurdavam –já então - na literatura oficial, em que o auto elogio impúdico não era cataplasma bastante emoliente, para esvurmar a postema dos abcessos mortais que comiam este país esfarrapado.
No caso -ajunto eu - esta TERRA DA LÂMPADA, posta na indigência moral ,social e económica ,por dez anos que nada honra glorificar, antes obriga, esquecer.
A Obra(?) de um tonto que usurpa à virtude, os seus louros, e ao crime da mentira a execração da verdade para conseguir a posteridade, a todo o custo.
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Querem apostar em como tudo isto vai terminar?
Quando o autor diz que “o futuro está a chegar.(…)com a utilização do nosso bom engenho, será melhor”
Para bem pior, dizemos nós.

Aladino

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