Começa mal 2008
Começa o ano e com ele o meu temor da possibilidade de um início de desmembramento da sociedade ocidental, da sua história e cultura, que poderão inevitavelmente, virem a ser engolidas por esta assanhada e popularizada onda terrorista. É espantoso como o stock de kamikases parece inesgotável.
E o que me preocupa é que perante esta hipótese que se coloca com alguma evidência, na nossa frente, andemos a defender coisas de lana caprina, em vez de, pragmaticamente, nos unirmos para sobreviver, e, só depois de passado o tsunami destruidor, reiniciar então a discussão ideológica que, obrigatoriamente, terá de se fazer. Para dar resposta a outras evidências. E este é o rolar dos tempos, correcto. Nada há de imutável. O homem para sobreviver deve adaptar-se continuadamente, renovando as respostas, adaptando-as aos novos desafios.Continuar obstinadamente –e um pouco diletantemente - a defender ideias, nascidas e ajustadas a outro tempo - não ao actual -, não percebendo que o mundo global está andar mais depressa do que elas, é (simplesmente) ir ao encontro dum auto-aniquilamento colectivo.Repito: primeiro há que sobreviver e encontrar o antídoto para a praga terrorista. Nenhuma Nação isolada, por mais forte que se sinta, poderá fazê-lo, sozinha. Por isso, temos de encontrar respostas globais. O tempo das pátrias isoladas e das cruzadas acabou. Quem não o entender só lhe restará um dia tornar-se num bombista.À falta de argumentos.
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Duro ,mas non troppo:
Amiga com quem de vez em quando, tenho o prazer de bater um papo, aceita mal a dureza do meu ouvido que diz, começa a ser notória,e diz ser chato ,cansativo.E não se coíbe de mo dizer, e do incómodo que tal limitação, lhe causa.Encolho os ombros e lá vou dizendo a sorrir :
- A idade traz, sem duvida, estes problemas com que temos de nos habituar a lidar.Com uns, bem: com outros, mal.Mas oxalá tudo fosse como os ouvidos …e( tudo) endurecesse com a idade. A gaita é que o não é.
Parece não ter percebido ou fez orelhas môcas.
Às vezes ser duro de ouvido é uma virtude.
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Homem precisa-se :
Uma conhecida aborda-me, e deixa-me especado:
-Sr. Engenheiro peço-lhe encarecidamente: arranje-me um homem para casar. Por favor, o senhor e a sua mulher, ajudem-me a encontrar um.
Apelo feito em tom dilacerante. Impressionante e chocante com o seu quê, na verdade, de insólito. Ainda balbuciei:
-Olhe porque não põe um anúncio na Internet? Tenho lido que resulta.
E o certo é que inconscientemente me pus a reflectir se conhecia algum candidato adequado para satisfazer o ingente pedido. Há, claro, o amigo Q., mas esse quando lhe propomos casamentos, quer virgens,«coisa» que como se sabe está em vias de extinção. Eu costumo dizer-lhe:
-Olha vai á feira dos treze encomendar uma…Mas tem cuidado, primeiro sopra-lhe, para ver se não está rachada.
Mas a sério: isto é trágico. As pessoas envolvem-se na vida, ou deixam-se envolver por ela, e de repente, cedo demais, dão consigo sozinhas. E a vida é como o chá: tem de se esperar que as folhas assentem.
Ora se há coisa que me impressione e recolha toda a minha solidariedade, é a solidão. Terrível, um fim frio e doloroso, deve ser - é! - horrívelGosto da solidão, quando sou eu a escolhê-la: detesto-a quando ela me colhe, descolorindo-me o tom da vida. Começa a ser vulgar encontrar gente à minha volta, a meio da vida e já derrotados. Confusos. Baralhados de todo. Sem esperança do amanhã, antes cheios de temor. Deve ser trágico prever a derrota, ainda mal começámos a deixar de gatinhar.Mas também aqui lhe poderia aconselhar :
-Olhe vá à feira dos treze e compre lá um.Mas antes sopre-lhe, a ver se incha....
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Saldos na Feira em Terras de Stª Maria.
Ribau andava triste :
Ah Camões, estou passado.
Nesta ilha desafortunada, p'ra te glorificar
Não tenho gente.Povo este coitado,
Mudo , envergonhado
Já não sabe navegar.
A mão sustenta aparando o rosto
Cala voz perante o mar
Cego, olha a fria madrugada
À espera do que prometi: nada!
O vate ouviu o traste,e lá do Olimpo sentenciou:
-Vai á feira, em Stª Maria da dita:
Aí poderás encontrar,
Comprar ou até achar
Feliz assombro.
Apregoa: o mar é o mesmo
Que mais do que assombro
O que vos vale é o meu ombro
Ribau ,não esteve com meias medidas.
Foi à feira de Stª Maria da dita,e comprou um Homem da cultura.E nem experimentou.Trouxe-o logo que o viu a bater palmas..
Pois venha quem vier
Nunca terá
Grandeza maior,
Pois só ele, o Berimbau
Capaz será de cumprir a ilha tal.
Mas mais ainda :- Portugal!
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Moral das histórias:
Não aceites batota,não vás ao Totta. Queres coisa porreira? Vai à Feira.
ALADINO
domingo, janeiro 06, 2008
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